De onde sai o maior volume de café exportado do Brasil, agora também parte um novo roteiro turístico nacional: Varginha (MG) foi a cidade escolhida para sediar o “Marco Zero” do Circuito Nacional do Café, inaugurado nesta quinta-feira (28), no Porto Seco Sul de Minas.

A iniciativa, que já é lei federal sancionada e reconhecida como um dos monumentos nacionais do Brasil, pretende integrar tradição, gastronomia e desenvolvimento econômico em dezenas de cidades, mostrando ao visitante não apenas a tradição do café mineiro, mas também a diversidade de produtos artesanais que movimentam a economia regional.

Segundo o deputado federal Diego Andrade (PSD), autor da proposta, a ideia foi inspirada em rotas internacionais já consolidadas, como a do Vinho do Porto, em Portugal, e a Rota Romântica, na Alemanha.

“Nós temos uma região com clima extraordinário, com belezas naturais extraordinárias, e a gente precisa mostrar e contar isso para o mundo. (...) Temos rotas instaladas mundo afora, e a rota do café tem tudo para se inserir nesse calendário mundial. Pessoas de outros países já vêm para comprar o café especial, mas nem sempre isso é contado de forma adequada”, explicou o deputado.

Dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) mostram que o Brasil é hoje o maior produtor e exportador de café do mundo, e Minas Gerais responde por cerca de 50% da produção, sendo Varginha a líder de exportações: Foram US$ 1.928.365.319 durante o ano de 2024, mesmo com o preço recorde da safra.

Rota digital

Cada município receberá totens com QR Codes. Eles funcionarão como um guia turístico digital, como explicou o gestor cultural Edgar Bessa.

“Quando o turista ou o cidadão for escanear o QR Code, vai aparecer a rede hoteleira da cidade, os principais eventos que acontecem no decorrer do ano para ele se programar e vir, os pontos turísticos e também a parte de gastronomia local. (...) A previsão é de que entre 10 e 15 municípios recebam seus marcos nos próximos seis meses", explicou o gestor.

O circuito contemplará inicialmente 51 municípios entre as regiões do Alto Paranaíba, Sul de Minas e Sudoeste, já aprovadas pela lei federal que reconhece o vasto território do café, mas pode se estender a quase 700 cidades até o Porto de Santos.

A partir da próxima segunda-feira (1º), as cidades que estão nessas regiões poderão ser cadastradas para fazerem parte da rota. Elas serão avaliadas e caso sejam aprovadas pela legislação, entram no circuito.

Expansão e Infraestrutura

Empresários já se mobilizam na intenção de expandir o setor de hospedagens em Varginha e acomodar os futuros visitantes. A novidade mais recente, é uma rede de hotelaria que iniciou a construção de um novo prédio na cidade.

“(...) Temos buscado empresários tanto da hotelaria quanto da gastronomia, justamente para dar esse suporte para quem nos visita. Hoje se inicia um marco, e com toda certeza vai atrair novos frutos e investimentos”, contou o prefeito de Varginha, Leonardo Ciacci.

Para o diretor comercial do Porto Seco, Breno Nogueira Paiva, a instalação do monumento no local reforça a posição de Varginha como polo de comercialização de café, além de atrair olhares para a infraestrutura e qualidade do produto.

“Estamos muito felizes em receber o Marco Zero no Porto Seco, porque a gente acredita que essa iniciativa vai agregar valor para o café brasileiro, uma vez que ele vai ser conhecido no mundo. Toda a infraestrutura que a gente tem aqui, assim como a qualidade do café que a gente produz, vai acabar ganhando uma relevância maior", disse o diretor comercial.