Trecho sobre respeito à orientação sexual causa polêmica em projeto de lei de Alfenas, MG

30.11.2017

Segundo secretária de Educação e Cultura, projeto se refere apenas à criação de escola, e não de projeto pedagógico.

Um texto em um projeto de lei em Alfenas (MG) causou polêmica entre os moradores da cidade nos últimos dias. O projeto, que já foi aprovado pela Câmara de Vereadores, cria uma nova escola municipal, mas uma frase que fala sobre o respeito à orientação sexual virou alvo de discussão nas redes sociais.

 

A polêmica aconteceu por causa de um inciso do projeto político pedagógico, que fala apenas do respeito à diversidade, seja ela cultural, étnica, linguística, religiosa e também de orientação sexual.

 

Nas redes sociais, foram vários comentários contra a prefeitura e Câmara Municipal. Um morador diz que prefeito e vereadores estão unidos pra destruir a família e a cabeça das crianças. Já outro chega a incitar a violência.

 

Para a secretária de Educação e Cultura do município, as pessoas não entenderam a proposta. “A escola tem que acolher a todos, receber. Isso é um direito de cada cidadão, isso é respeitar as diferenças. E a polêmica surgiu em relação à orientação sexual. Isso não é o papel da escola. A escola, escola nenhuma, orienta ou doutrina quanto à orientação sexual”, afirma Tani Rose Ribeiro.


Algumas pessoas chegaram a compartilhar o que seria uma cartilha com orientações sexuais, dando a entender que ela seria utilizada na escola. A secretaria desmente. “Em nenhum escola de Alfenas, ou Minas Gerais, ou inclusive brasileira, há esse tipo de cartilha sobre a questão nesse sentido que foi tratado”, completa Tani.

 

Mesmo assim, a polêmica acabou ganhando força. Um vereador que votou a favor do projeto, se arrependeu. No dia seguinte, postou numa rede social que também era contra. Só que agora ele voltou atrás de novo e disse que só fez isso porque ainda não tinha lido o projeto, que chegou à câmara em regime de urgência.

 

“Votei pensando que era uma coisa, é uma coisa boa, mas a hora que eu entrei, aí os comentários, eu fiquei desesperado. Aí eu soltei uma nota ‘detonando’ o vice-prefeito, prefeito e secretária, mas eu sou a favor. É um projeto bom”, explica o vereador Tadeu Fernandes (PTC).

 

Por causa das diversas interpretações e das ofensas nas redes sociais, a Câmara de Vereadores emitiu uma nota esclarecendo que o projeto se tratava apenas da criação da escola e não da inclusão de conteúdo pedagógico sobre orientação sexual. Segundo o presidente da câmara, um mal entendido que poderia ter prejudicado a oferta de vagas na rede pública de ensino.

 

“Faltam muitas vagas para muitas crianças na cidade, então essa má interpretação desse projeto talvez causaria um grande transtorno, a não criação dessa escola. Só o respeito, a palavra respeito, que já vem de qualquer forma, seja religião, da religião que é, da sexualidade que é, somente o respeito para com os alunos, para com os professores, com essas crianças”, diz o vereador José Carlos de Morais (PMDB).

 

Ainda segundo a secretária de Educação, a escola da vida, como está sendo chamada, deve começar as atividades no ano, criando 200 vagas no município.


Foto: Reprodução EPTV

 

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Fonte - G1 Sul de Minas

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