Prefeito é hostilizado durante inauguração de UPA em São Sebastião do Paraíso
04.07.2016
Rêmolo Aloíse (PMDB) sofreu tentativa de agressão durante confusão. Mulher disse que foi agredida por filho dele em São Sebastião do Paraíso.O prefeito de São Sebastião do Paraíso, Rêmolo Aloíse (PMDB), foi hostilizado durante a inauguração de uma unidade de pronto atendimento (UPA) na noite desta sexta-feira (1º).
Conforme o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, ele e o vice-prefeito Daniel Mendonça, que é filho de Rêmolo Aloíse, saíam da unidade quando um grupo de manifestantes se aproximou.
Eles foram vaiados e após o prefeito acenar para a multidão, uma mulher tentou agredí-lo.
Neste momento, ainda conforme o boletim de ocorrência, a mulher foi impedida de praticar a agressão pelo filho do prefeito e segundo testemunhas, ela caiu no chão.
Logo em seguida, a comitiva do prefeito entrou em um carro e saiu do local.
Após o fato, a mulher que tentou agredir o prefeito procurou a polícia dizendo que havia sofrido um ferimento no olho durante a confusão.
Ela foi atendida e depois liberada. Vera Lúcia Maria de Meireles, de 44 anos, registrou um boletim de ocorrência alegando que foi agredida pelo filho do prefeito.
Para a polícia, o prefeito Rêmolo Aloíse, negou que o filho tenha agredido a mulher e disse que foi ela quem teria partido para cima deles. Ele ainda alegou que chegou a ser agredido com um soco, mas não apresentou testemunhas. Por meio de uma nota, o prefeito lamentou a agressão durante a inauguração da UPA.
Crise e paralisação de atendimentos
A crise da Saúde em São Sebastião do Paraíso teve mais um capítulo nesta sexta-feira, quando o setor de urgência e emergência da Santa Casa parou de atender nesta sexta-feira (1º).
O hospital alega atraso no repasse de verbas pela prefeitura. Somente pela manhã, 12 atendimentos emergenciais pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foram negados no hospital.
A decisão da paralisação do setor foi firmada na quinta-feira (30) depois de uma reunião com o sub-secretário de Saúde de Minas Gerais, em Belo Horizonte.
Segundo a diretora administrativa do hospital, a secretaria informou que todo o dinheiro do Estado já foi encaminhado para o gestor atual da Santa Casa, que é a prefeitura.
Mas o hospital alega que nenhum repasse foi feito. De acordo com o hospital, a dívida da prefeitura já está em quase R$ 12 milhões. O prefeito Rêmolo Aloíse (PMDB) afirma que todas as verbas dos atendimentos de urgência e emergência já foram repassadas ao hospital.
Na última quarta-feira (29), servidores municipais anunciaram uma paralisação. Eles entraram em greve alegando atraso no pagamento de salários e outros benefícios trabalhistas.
O motivo seria o descumprimento de acordos feitos com o prefeito da cidade. Segundo os funcionários, a greve não tem data para terminar e apenas 30% dos servidores municipais de todos os setores estão trabalhando.
Auditoria e comissão processante
Desde o ano passado, a pedido do Ministério Público de São Sebastião do Paraíso, uma auditoria vem sendo feita nas contas da prefeitura.
A promotora Manuela Ferreira, responsável pela requisição, explicou que o relatório preliminar dessa auditoria apontou que os repasses dos governos Estadual e Federal, que deveriam ser para uso exclusivo da Saúde, estão sendo depositados em uma conta que se refere ao Fundo de Participação do Município (FPM), o que seria ilegal.
Segundo a promotora, o valor total de repasses que a prefeitura recebe para a Saúde é de cerca de R$ 2,2 milhões por mês. Desse valor, uma média de aproximadamente R$ 1,8 milhão seriam destinados à Santa Casa.
Segundo o prefeito, o dinheiro é aplicado corretamente. Uma comissão processante foi criada na Câmara de Vereadores para apurar as supostas irregularidades.
Cortes e ação na Justiça
Desde dezembro do ano passado, as consultas feitas pelo SUS foram suspensas na Santa Casa de São Sebastião do Paraíso. No dia 10 de junho, o hospital passou a atender somente casos de urgência e emergência.
Segundo a diretora da instituição, Maria Helena Andrade, a dívida do município com a Santa Casa já passa dos R$ 11 milhões.
A diretoria informou também que 30% do corpo médico já foi dispensado por falta de pagamento. O hospital entrou com uma ação na Justiça pedindo que as verbas do Estado e da União sejam repassadas diretamente à Santa Casa, sem ter a prefeitura como intermediária.
Já o prefeito Rêmolo Aloise diz que não deve nada à Santa Casa.
Afastamento e liminar do TJMG
Por causa do impasse entre prefeitura e Santa Casa, o prefeito Rêmolo Aloíse chegou a ser afastado pela Câmara, mas retornou ao cargo após uma liminar do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Após o afastamento, 98 funcionários comissionados e sete secretários chegaram a ser exonerados da prefeitura, mas eles retornaram ao trabalho dias depois, pois as exonerações não chegaram a ser oficializadas.
*Foto: G1 Sul de Minas.
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