Casos de suspeita de metanol fazem aumentar em até 80% a procura por análises de bebidas na UFLA

16.10.2025

Fiscalizações seguem no Sul de Minas, mas Polícia Civil ainda não confirma presença da substância.

O número de produtores de cachaça que têm procurado a Universidade Federal de Lavras (UFLA) para realizar análises preventivas das bebidas cresceu de forma expressiva nas últimas semanas. Segundo a instituição, a demanda aumentou entre 70% e 80% após o início das investigações sobre casos de intoxicação por metanol registrados em outras regiões do país.

O laboratório da UFLA, referência nacional na área, está operando no limite da capacidade. Devido ao volume de amostras recebidas, inclusive do Ministério da Agricultura e Pecuária, a universidade informou que só voltará a aceitar novos materiais enviados por produtores da região a partir de dezembro.

A coordenadora do Centro de Referência de Análise de Qualidade de Cachaça, professora Maria das Graças Cardoso, explicou que o trabalho de verificação é detalhado e segue normas do Ministério.

“Essas análises são feitas por cromatografia gasosa e permitem quantificar e qualificar o metanol com alta precisão. Nas nossas cachaças, o sinal da substância é muito pequeno, praticamente inexistente”, afirmou.

Ela destacou que pequenas quantidades de metanol podem surgir naturalmente no processo produtivo, mas que o problema está na adulteração.

“Na bebida adulterada, o metanol é adicionado propositalmente, misturado com álcool combustível. Como não tem cheiro nem cor, o consumidor não percebe”, disse.

De acordo com levantamentos da universidade, análises feitas entre 2024 e 2025 mostraram níveis mínimos de metanol nas cachaças nacionais, em média, 1,47 miligrama por 100 ml de álcool anidro, quantidade considerada segura. “O controle é simples: basta filtrar o caldo antes da fermentação e fazer corretamente os cortes da bebida”, completou a pesquisadora.

Fiscalizações continuam no Sul de Minas

Enquanto isso, as ações de fiscalização de bebidas seguem em andamento na região. A Polícia Civil informou que, até o momento, não foi confirmada a presença de metanol nos produtos apreendidos, mas os laudos indicam fraudes grosseiras, em alguns casos, com impurezas e sujeira visíveis dentro das garrafas.

Entre as ocorrências recentes, uma apreensão foi feita em um supermercado de Bom Jesus da Penha, e outra às margens da rodovia MG-050, em Passos, onde a Guarda Civil Municipal e a Polícia Rodoviária recolheram garrafas abandonadas. O material foi encaminhado para análise e descarte pela Vigilância Sanitária.

O delegado Manuel Nora explicou que o processo de perícia é demorado devido à variedade de marcas e rótulos apreendidos. A Vigilância Sanitária também intensificou as ações e já fiscalizou pelo menos 10 pontos na região.


Foto: Reprodução

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Fonte - g1 Sul de Minas

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