Após mobilização de moradores e políticos, Lago de Furnas atinge cota mínima 762
02.04.2020
Cota atingida no dia 24 de março não era vista há 3 anos e meio.O Lago de Furnas atingiu a cota 762, cota mínima que os municípios banhados pelo Lago de Furnas consideram ideal para o funcionamento de várias atividades. A cota foi atingida no dia 24 de março. No mês passado, uma mobilização de moradores e políticos pediu o retorno das águas ao lago.
Esse nível é uma reivindicação da Associação dos Municípios do Entorno do Lago de Furnas (Alago), comerciantes e empresários de 39 cidades que são banhadas pelo lago no Sul e no Sudoeste de Minas.
Segundo a associação, com 762 metros, as 39 cidades às margens do lago têm água suficiente para o uso múltiplo: além da geração de energia, o turismo e atividades econômicas como piscicultura.
"Nós temos que lutar por uma cota maior, para a gente manter no período das secas a cota 762", destacou Hiberaldo Henrique Silva, presidente da Alago.
O nível máximo do lago é de 768 metros acima do nível do mar. Mas a última vez em que ele atingiu essa cota foi em março de 2011, quando Furnas abriu as comportas para liberar água. Desde então, o nível oscila.
Em dezembro de 2012, chegou a 15 metros abaixo da cota máxima. Em 2016, a água voltou a subir e em julho, o lago chegou aos 765 metros. Depois, nova queda no volume, chegando a 752 metros em novembro de 2017.
O lago não alcançava a cota mínima há 1.263 dias, desde 9 de outubro de 2016. Mas nem deu para comemorar. Em plena pandemia do novo coronavírus, os restaurantes e pousadas à beira do lago precisam continuar fechados e sequer podem fazer planos para recuperar a atividade econômica.
"A água subiu muito, mas em muitos lugares ainda não chegou e dificilmente vai cobrir aquela margem que era", disse Jesaías dos Santos, participante do grupo Todos Por Furnas.
Mobilização de moradores e políticos
No mês passado, quando o lago estava com 760 metros, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais chegou a aprovar uma proposta de emenda constitucional para tombar a Bacia Hidrográfica do Rio Grande e o Lago de Furnas.
Ainda em março, em Brasília, uma audiência no Senado também discutiu o nível do lago. Na época, Furnas justificou que, com o nível mais alto, o custo de operações também subiria. E ainda que o lago abastece outras oito hidrelétricas e contribui para a navegação da Hidrovia Tietê-Paraná.
"Não basta apenas o lago ficar nessa cota, nós precisamos manter essa cota. Por isso, nós continuaremos vigilantes, para não permitir que as agências reguladoras possam abrir os vertedouros e consequentemente nós perdermos essa conquista", afirmou o deputado estadual Cleiton de Oliveira (PSB).
Como estamos entrando nos meses mais secos, de outono e inverno, o temor é que o nível volte a oscilar e prejudique novamente os moradores que vivem do lago.
Foto: Furnas Centrais elétricas / Divulgação
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