Estudantes criam grupo de carona após estupro registrado em Alfenas
05.04.2017
Ferramenta auxilia jovens a não circularem sozinhas pela rotatória. Abuso aconteceu perto do trevo de entrada da Unifenas no dia 30 de março.Um grupo de caronas foi criado para que ninguém passe sozinho pelo trevo localizado na entrada da cidade de Alfenas (MG), que dá acesso à Unifenas. A iniciativa começou a funcionar depois que uma estudante foi abordada por um homem na saída da faculdade e estuprada na noite da última quinta-feira (30).
Segundo moradores, a rotatória sempre gerou polêmica por causa do trânsito intenso e pela incidência de acidentes, além disso, a falta de iluminação e de policiamento tem gerado ainda mais insegurança. Com medo, as universitárias se uniram. Cerca de 400 estudantes participam do grupo "Vai pra onde" criado em um aplicativo de troca de mensagens. Ferramenta utilizada para auxiliar os usuários a conseguirem companhia segura.
"A gente só adiciona quem conhecemos. Se for amiga de amiga ou amiga nossa. Agora se a gente não conhecer, a gente não adiciona, porque também fica com medo. Porque se criar um perfil falso entra", disse a estudante Helena Rattis.
Mesmo sem se conhecer, as estudantes marcam encontros para não andarem mais sozinhas. "[Quando] a gente [está] sozinha a gente fica com muito mais medo, ainda mais que esse trevo é muito escuro", disse Bárbara Kaialla.
Uma estudante contou ainda que, assustada, a mãe pediu que ela transferisse o curso para outra cidade. "No final de semana que ela estava aqui ela não via os policiais, não via proteção nenhuma e como eu faço meu curso à noite, ela ficou preocupada", disse a estudante Ketllen Freire.
O clima ainda é de medo e agora andar à noite no trecho só acompanhada. “Várias pessoas já foram assaltadas aqui, porque é um ponto que não tem iluminação. É fácil alguém chegar e te abordar aqui no meio da noite”, disse o estudante Felipe Tardioli, que estava acompanhando a namorada.
Mas para muitas mulheres, o roubo ainda não é o crime que mais apavora no local. "O roubo é uma coisa material, depois a gente repõe, é ruim claro. É traumático, mas um estupro, uma violência sexual, um assédio é uma coisa muito mais doída. O pé no saco é psicológico, é físico e não passa, não tem como ser reparado. O medo de perder uma coisa que não pode ser reparada é indescritível, não tem como a gente falar disso", desabafou a estudante Gisele Margarotti.
Durante a gravação da reportagem, a equipe da EPTV Sul de Minas até registrou uma viatura da polícia passando duas vezes pelo local, mas, segundo as universitárias, mesmo depois do caso de estupro, o policiamento não foi intensificado. Entretanto, a Polícia Militar informou que o patrulhamento está sendo realizado.
"Estamos intensficando o patrulhamento no local e também já estamos provocando outros órgãos de defesa social para que seja feito um trabalho de revitalização no local para evitar que outros delitos dessa natureza possa vir a ocorrer. O interessante seria a criação de uma rede de proteção. Nós da Pollícia Militar estamos inteiramente à disposição para que os alunos venham até nós, por itermédio da nossa sessão de comunicação organizacional para que venhamos a trazer esse trabalho à eles e melhorar ainda mais a segurança para a população", disse o tenente da Polícia Militar, Rafael Ferrari.
A Prefeitura de Alfenas disse que pretende melhorar a iluminação no trevo e que já está fazendo um estudo para uma Parceria Público Privada. Informou também que determinou para a Guarda Municipal intensificar as atividades próximas à Unifenas.
Fotos: Reprodução EPTV/Tarciso Silva

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