Índios do interior da Bahia ocupam terras em Caldas, MG
14.03.2017
Tribo Kiriri se instalou no bairro Rio Verde; sem documentação. Segundo cacique, tribo tem autorização da Funai.Índios da tribo Kiriri se instalaram na madrugada desta segunda-feira (13) em um bairro na zona rural de Caldas (MG). Ao todo 24 indígenas, sendo 19 adultos e cinco crianças, se mudaram para uma área conhecida como Sítio Rio Verde, no bairro Rio Verde.
Os novos moradores vieram do município de Muquém de São Francisco, no interior da Bahia. E desde outubro do ano passado, estavam morando em uma chácara alugada no Sul de Minas. E, somente, nesta madrugada, ocuparam as terras na zona rural de Caldas. Segundo o cacique da tribo, Adenílson de França Santos, a Fundação Nacional do Índio (Funai) está tentando conseguir a documentação definitiva de posse da terra.
“Desde o mês de outubro demos entrada nela. Só que há anos já vínhamos procurando outras [terras]. O documento em Brasília, na Funai, e mandei para cá e tinha informação que essa área aqui estava sem morador nenhum para tomar conta”, disse o cacique da tribo Kiriri, Adenílson de França Santos.
No local, os indígenas pretendem construir uma aldeia que, segundo o cacique, deve abrigar cerca de 60 integrantes da tribo, já que alguns ainda estão na Bahia e devem se preparar para vir para Caldas. Por enquanto, as moradias estão sendo improvisadas, mas a ideia é erguer casas de pau a pique para, inicialmente, abrigar os 24 índios que já estão na cidade.
“Lugar bom, que eu não vejo violência e para o lado da minha região é muito perigoso. Aqui é mais sossegado. Então eu achei um lugar mais tranquilos para criar meus filhos e meus parentes e os filhos deles. E tem uma terra boa para a gente tirar um sustento bem melhor, porque lá a gente já não tinha chuva e aqui eu vi que é bem melhor”, disse o cacique.
O cacique disse ainda que conheceu a região depois de passar um tempo na tribo Xucuru Kariri, que já está na cidade há 16 anos. Desde que chegaram ao município, alguns índios já trabalham em lavouras na região. E, assim que instalados na área ocupada, devem produzir os próprios alimentos. Entretanto, eles ainda terão muito trabalho pela frente para transformar o local em uma aldeia.
“A gente vai produzir nesta terra, que é o que mais a gente quer. Produzir, fazer as nossas casas, porque tem nossas crianças, que é o futuro da gente de amanhã ou depois. Nosso objetivo é fazer a implantação de casa de farinha, escolinha para as crianças e seguir a nossa vida, feliz aqui”, contou a índia Roseni Ramos de Souza.
A Polícia Militar disse que foi acionada nesta manhã por um homem que se apresentou como fiel depositário do sítio ocupado pelos índios. No boletim, ele relatou que as terras pertencem ao Governo de Minas Gerais e que ele iria registrar a ocorrência para entrar com um processo de reintegração de posse. A produção da EPTV Sul de Minas entrou em contato com o suposto fiel depositário, mas ele disse que não falaria sobre o assunto.
A EPTV também entrou em contato com a Funai, em Brasília, que informou, que o responsável pelo caso é a unidade da Funai, em Governador Valadares (MG). Até a publicação desta reportagem, ninguém do órgão responsável havia retornados os contatos sobre o caso.
Foto: Reprodução EPTV

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