O Prefeito de Poços de Caldas (MG), Sérgio Azevedo (PSDB), abriu os trabalhos da Câmara Municipal de Vereadores nesta terça-feira (7). Ao fazer uso da tribuna, o chefe do Executivo anunciou que o déficit previsto para o município no ano de 2017 é de R$ 155 milhões.

Em seu pronunciamento na Casa Legislativa, Azevedo anunciou que a receita prevista para o ano chega a R$ 521,9 milhões e que as despesas da prefeitura para 2017 alcançam o teto de R$ 676,9 milhões. Números que, segundo o próprio prefeito, só foram apresentados depois de um levantamento minucioso.

“Eu fiz questão de não me manifestar em público em nenhum momento desde a eleição, porque eu falei que só iria me manifestar na hora que eu tivesse os números reais com valores realmente confirmados. Eu acho que eu tinha a obrigação de mostrar para a cidade a situação da prefeitura, de uma forma bem transparente, mas aqui não cabe choradeira, cabe é trabalhar”, explicou o prefeito.

No relatório apresentado, o prefeito mostrou ainda que o déficit em 2016 foi de pouco mais de R$ 147 milhões e pouco mais de R$ 31 milhões de dívidas imediatas a serem pagas. Entre elas, quitar o débito com os fornecedores da prefeitura, já que, segundo o prefeito, alguns setores estão desde abril de 2016 sem pagamento. De acordo com o pronunciamento, uma das maiores dívidas é com o fornecedor de merenda escolar e alimentação para os servidores, que está sem receber desde abril, só esta dívida seria de quase R$ 7 milhões.

Outra dívida divulgada foi a do Institudo de Assistência dos Servidores Municipais (IASM) que seria de R$ 10 milhões. Entretanto, com a correção e atualização monetária esse valor pode atingir a casa dos R$ 12,7 milhões.

A pasta da Saúde, segundo o prefeito, é a que mais preocupa. "Ela consome um valor muito grande do nosso orçamento, uma faixa de 30% ou até mais. É uma área que não temos como cortar. Na verdade, precisamos investir mais. Vamos tentar viabilizar o máximo possível lda eficiência, porque são muitos exames e pedidos sem necessidade. Vamos tentar oferecer mais eficiência para a saúde de Poços", alegou.

Medidas emergencias
Uma das medidas emergências anunciadas pela atual administração foi o cancelamento do aumento de 10,67% nos salários dos cargos de prefeito, vice e secretários, que havia sido aprovado no ano passado. Com esse aumento, o salário do prefeito chegaria a quase R$ 29 mil. Agora, ficará em pouco mais de R$ 26 mil.

“Para se resolver um problema, a primeira coisa que se tem que fazer é admitir que esse problema existe. Então, como a administração vai resolver um problema desse, se ela alega que não tem esse problema? Nós reconhecemos que há um problema e vamos tomar as medidas necessárias para que tudo seja solucionado no mínimo curto período de tempo possível para que Poços possa voltar a estar equilibrada”, disse Azevedo.

Além de cortar o orçamento das secretarias municipais pela metade, o prefeito também reforçou que a prefeitura fará revisões de contratos e cortes de funcionários comissionados. Segundo Azevedo, é preciso ajustar os gastos para que a cidade não feche o ano no vermelho. Ele disse ainda que uma comissão integrada entre as secretarias será formada para buscar meios de equilibrar os recursos municipais.

"É um setor que vai pensar a cidade, que vai correr atrás obras necessárias. É multidisciplinar e várias secretarias estarão representadas tentando formar uma equipe que nos ajude a buscar verbas", disse o prefeito.

Sobre um possível reajuste do IPTU, Azevedo alegou que está sendo feito um levantamento dos últimos 20 anos do imposto cobrado na cidade. "Se durante estes 20 anos teve algum reajuste de inflação que não foi dado, nós vamos incorporar agora. Não dá mais para brincar e ficar com medo de aumentar as coisas, porque não tem como tocar a cidade. Essa é a realidade", finalizou Azevedo.

Foto: Lúcia Ribeiro/G1