Com chuva 'insuficiente', Lago de Furnas tem nível pior do que 2016

06.02.2017

Principal reservatório do Sudeste, lago fechou mês com 47,26% de volume. Segundo ONS, tendência é que volume atual aumente até maio.

As chuvas que caíram em janeiro no Sul de Minas ajudaram a elevar os níveis dos reservatórios da região, mas ainda não foram suficientes. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o reservatório de Furnas, o maior da região Sudeste e um dos maiores do país, fechou o mês de janeiro com nível em 760,61 metros acima do nível do mar ou 47,26% do volume útil. Há 1 ano, no mesmo período, o volume era de 49,45%, um pouco superior do que o atual.


Segundo o secretário executivo da Associação dos Municípios do Entorno do Lago de Furnas (Alago), Fausto Costa, o atual nível preocupa, já que está bem abaixo da cota 762, considerada ideal para a exploração do lago por empresários, piscicultores e turistas.


"Nós estamos em uma situação um pouco pior do que o ano passado. Em 2016, nesta mesma data, estávamos com 40 centímetros acima do nível atual. Deixa a gente um pouco mais preocupado porque nessa época do ano, o bom seria se estivesse uns quatro metros acima do que está hoje. Nós tivemos algumas situações chuvosas na região, tivemos chuvas isoladas, mas não foi capaz de carregar o lago porque a chuva foi pouca", diz Fausto Costa.

 

A esperança é que a chuva possa aumentar até o final do período úmido, que vai até o mês de maio. Segundo Costa, no ano passado, a chuva intensa ajudou na recuperação do reservatório, que chegou a ficar com 78,36% de seu volume útil em junho.


"Já começou a causar um pouco de preocupação esse nível de 761 porque a gente estabelece 762 como um parâmetro satisfatório para atender os clubes náuticos, os restaurantes à beira lago, já não deixa de preocupar um pouco os empreendedores, os empresários da região. Mas estamos em uma época boa, a vantagem é essa. Preocupa porque o bom é que ele atinja um nível bem elevado para suportar a seca do segundo semestre", completou Costa.

 


Recuperação e bandeira verde para a energia
Em 2016, o bom período de chuvas fez com que o Lago de Furnas se recuperasse e fechasse o ano com média de 63,52% do seu volume útil. Enquanto o melhor mês foi em junho (78,36%), o pior mês registrado foi justamente dezembro (46,79%). O desempenho foi bem melhor do que em 2015, quando o lago apresentou média de 24,02% de volume. Naquele ano, nesta mesma época, o lago tinha apenas 9,46% de seu volume útil.


"A tendência é que o volume atual aumente, visto que estamos no meio do período úmido - época que mais chove no país. O ONS não está vendo problemas com o abastecimento de energia. Muito pelo contrário, o abastecimento está garantido. Somente no ano passado, segundo o Ministério de Minas e Energia, entraram mais de 9.500 MW de nova capacidade instalada e a retração econômica vem freando o crescimento da demanda por energia, o que dá um certo alívio para a operação do sistema", informou o órgão ao G1 através de sua assessoria de imprensa.

 

A melhora dos níveis dos reservatórios nas regiões Sudeste e Sul do Brasil já causa efeitos no bolso do consumidor. Conforme o ONS, tudo indica que a bandeira tarifária cobrada nas contas de energia ficará verde pelo menos até o mês de abril, fim do período de chuvas.


Outros reservatórios da região
A chuva de janeiro deixou alguns reservatórios da região em seu limite. Em Poços de Caldas (MG), a Represa Bortolan, que armazena água para geração de energia pelo Departamento Municipal de Energia (DME Poços de Caldas) chegou ao seu limite máximo ao fim de janeiro e já estava vertendo água. Na mesma situação estava a Represa Saturnino de Brito, construída para barrar enchentes na cidade. A Represa do Cipó, que represa água para uso residencial na cidade, também estava praticamente cheia.


Administrada pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a Represa de Camargos, em Lavras (MG), que abastece a usina de mesmo nome, está atualmente com 40,48% de seu volume útil. Conforme a Cemig, o reservatório, que fica à montante (acima na posição do rio) das usinas de Itutinga e Funil, tem a função de guardar água no período das chuvas e utilizá-la para geração no período seco nas três usinas. Atualmente, as três usinas geram juntas apenas 30,9% da capacidade total instalada.


Segundo a Cemig, o período chuvoso 2016/2017 está se demonstrando abaixo da média histórica no Sudeste, o que compromete a recuperação plena dos reservatórios nesta região.


A previsão do ONS é que o índice pluviométrico para a região Sudeste em fevereiro corresponda a 85% da média histórica. Segundo o órgão, a perspectiva de volume dos reservatórios para o fim de fevereiro é de 46,4% na região Sudeste, acima dos 37% de hoje.

 

Fotos: Reprodução EPTV

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Fonte - G1 Sul de Minas

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