Casa de Cultura busca patrocínio para evitar encerramento de atividades
04.01.2017
Unidades de São José do Rio Pardo e Caconde (SP) serão afetadas. Projetos atendem mensalmente mais de 600 crianças e adolescentes.Os projetos da Casa de Cultura e Cidadania, que atendem mais de 600 crianças e adolescentes em São José do Rio Pardo e Caconde (SP), podem ser encerrados por falta de patrocínio.
A companhia de energia AES informou que não tem mais recursos para investir no projeto e que, a partir de 2017, deve ser criado um novo programa, em análise pelo Ministério da Cultura, e a noticia do possível encerramento das atividades foi recebida com tristeza entre alunos e funcionários. “Foi uma notícia muito triste, abalou a estrutura de todo mundo. Acho que ninguém estava preparado para receber uma notícia desse porte”, desabafou o aluno José Henrique Buchino.
“Estou aqui desde pequena, isso aqui me fez crescer, me tornou uma pessoa melhor, aprendi tudo aqui e meus melhores amigos são daqui. Eu não sei o que seria de mim sem a Casa de Cultura, eu não me vejo sem”, contou a aluna Suelen Martinez.
Os 17 funcionários da unidade estão cumprindo aviso prévio, mas ainda não acreditam que as aulas de ginástica, circo, teatro e dança, oferecidas gratuitamente, vão acabar. “Se chegassem em mim e falassem ‘Fábio, esse é seu último dia e não precisamos mais do seu serviço', eu sairia triste porque estaria saindo de um lugar de que gosto, mas saber que o projeto continuaria já seria o suficiente para mim. Agora, sabendo que o projeto vai terminar, é muito pior”, disse Fábio Lima, pedagogo e assistente de produção do projeto.
Para tentar evitar o fechamento, pais, alunos e funcionários se reuniram para buscar uma saída. “A gente não quer um patrocinador, podem ser vários. Pequenas empresas, microempresas, cada um doando um pouquinho para que não fechem a escola, para que não fechem nossa Casa de Cultura”, explicou promotora social Daisy Guerreiro de Souza.
Caconde
O projeto será encerrado em outras cinco cidades do Estado de São Paulo, entre elas Caconde (SP), onde são atendidos 300 jovens nos cursos regulares e 100 adultos nas oficinas. Catorze funcionários vão ficar desempregados com a decisão.
“É uma perda extremamente danosa para o nosso município e para todos os outros municípios que também vão perder a Casa de Cultura”, disse Felipe Ramon Vicente de Paula, coordenador do abrigo de menores da cidade, instituição beneficiada pelo programa.
“São crianças que deixam de estar na rua para estar bem acolhidas. Os pais saíam despreocupados e a gente gosta demais”, lamentou a funcionária pública Sidinéia Cristina Pedro.
Fotos: Eder Ribeiro/EPTV
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