Ainda não foi definido quem assume a Prefeitura de São Sebastião do Paraíso (MG). O prefeito Rêmolo Aloíse (PMDB) e o vice e filho dele, Daniel Mendonça Aloíse, renunciaram aos cargos na última segunda-feira (19). 

O presidente da câmara, Jerônimo Aparecido da Silva (DEM), é quem deveria assumir a prefeitura. No entanto, como ele é candidato à reeleição, ele aguarda um parecer do departamento jurídico para saber se pode manter os dois cargos sem perder a candidatura.

"Nós iremos aguardar o parecer jurídico para que nós possamos decidir o que será feito e quem assumirá a prefeitura", disse o presidente da câmara.

Nenhum secretário foi exonerado e a prefeitura funcionou como se nada tivesse acontecido nesta terça-feira (20). Na câmara, o movimento foi intenso. Depois de fazer o comunicado oficial, a carta de renúncia também foi publicada nas redes sociais. O prefeito diz ter sido perseguido e acusa a câmara de não aprovar ou modificar os projetos do Executivo.

O que causou estranhamento na renúncia do prefeito é que na última sexta-feira (16), ele já havia conseguido uma liminar adiando uma sessão extraordinária que aconteceria nesta semana no plenário da câmara e que poderia terminar na cassação dele por falta de repasses à Santa Casa. Por isso, vereadores acreditam que o pedido de renúncia seria uma manobra política.

Com a renúncia de Rêmolo Aloíse, agora todos os processos serão arquivados.
"Tramitam na câmara municipal, três comissões processantes. A número 1 relativo a uma viagem internacional dele com o filho. A número 2, questão de pagamento de aposentados e pensionistas. E a número 3, da Santa Casa. 

Todas elas buscavam a penação de perda de mandato que, em vista da renúncia do prefeito e do vice, perdem o seu objeto e vão consequentemente para o arquivo, todas as três", disse o procurador legislativo da câmara, Marco Antônio Vestim.

Segundo o presidente da câmara, a definição de quem irá assumir a prefeitura deverá sair até a próxima quinta-feira (22). Já o procurador do Legislativo informou que, por enquanto, nenhum serviço será interrompido na prefeitura.

A assessoria do prefeito Rêmolo Aloíse disse que não houve manobra para boicotar a sessão da câmara e alega que o Tribunal de Justiça enviou um ofício cancelando a sessão quando Rêmolo ainda era prefeito.

Afastamento
Investigado por problemas de repasses de verbas para a Santa Casa da cidade, Rêmolo Aloíse chegou a ser afastado do cargo pela Câmara, mas retornou ao cargo após uma liminar do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

Após o afastamento, 98 funcionários comissionados e sete secretários chegaram a ser exonerados da prefeitura, mas eles retornaram ao trabalho dias depois, pois as exonerações não chegaram a ser oficializadas.

Depois, a própria diretora da Santa Casa, Maria Helena Andrade, pediu que o processo contra o prefeito fosse arquivado, mas o pedido foi negado pelos vereadores.

*Foto: G1 Sul de Minas.