Glaucoma foi tema do Bom Dia Atividade Especial
17.08.2016
Orientações sobre a doença que atinge cerca de 900 mil pessoas no Brasil e que pode levar a cegueira se não tratada precocemente foram faladas durante a entrevista.O Bom Dia Atividade Especial do último sábado recebeu o oftalmologista Carlos Eduardo Villas Boas Junior para falar sobre o glaucoma, doença que atinge grande parte da população e que muita gente não sabe que tem.
O oftalmo explicou que o glaucoma é uma doença ocular crônica que causa a destruição do nervo ótico e que na maioria dos casos é assintomática (não apresenta sintomas) nas fases iniciais, e não é contagiosa. Ele ainda disse que atualmente existem aproximadamente 900 mil casos no Brasil e o que preocupa é que cerca de 80 % dessas pessoas não estão se tratando.
O glaucoma é uma doença que não tem cura, mas se for diagnosticada precocemente, poderá realizar o tratamento para evitar a perda da função visual ou até mesmo a cegueira no final da doença.
Existe alguns grupos de risco que são os portadores de diabetes, auto miopia, negros e pessoas que tem algum parente diagnosticado, são mais predispostos a ter o glaucoma. No entanto todas as pessoas estão sujeitas a desenvolver o glaucoma em alguma fase da vida, explicou o oftalmologista.
Dr. Carlos explicou que para descobrir o glaucoma são necessários exames específicos. Esses exames são indolores. Além disso, o oftalmo explicou que o que vai determinar a frequência com que o paciente tenha que procurar o médico é o estágio em que está a doença e a fidelidade com que a pessoa leva o tratamento e isso varia de paciente para paciente.
Quanto à idade, o oftalmo explicou que não existe uma idade certa, o melhor é que se previna desde o nascimento por haver casos de glaucoma congênito, mas a maior incidência é em pessoas acima de 40 anos e que estão no grupo de risco.
Sobre a medicação o oftalmologista explica que os colírios são utilizados para regular a pressão intraocular e a pessoa que faz uso de medicamentos ou que precisem fazer a troca de alguma medicação para outro fim, deve sempre procurar médico para que acompanhe a dosagem correta.
Sobre a possibilidade de transplante, o Dr. Carlos disse que existem várias cirurgias oculares, mas esse procedimento é mais adotado no tratamento da córnea e como o glaucoma é uma doença do nervo ótico o transplante não é aplicado para esses casos. As cirurgias para o tratamento do glaucoma são feitas na intenção de amenizar o desenvolvimento da doença, mas não trazem a cura.
Segundo o oftalmologista os tratamentos com os colírios são feitos separados em 4 classes terapêuticas e são utilizados dependendo do estágio em que a doença esteja se manifestando em cada paciente, em alguns casos pode se haver alguns efeitos colaterais como vermelhidão, irritação, ardor e em outros casos até arritmia.
O oftalmo ainda explicou que não há um tempo determinado para que o paciente portador do glaucoma venha a perder a visão, isso dependerá se o mesmo seguir as indicações feitas pelo seu médico, pois o tratamento é para retardar o desenvolvimento da doença.
No caso das grávidas é necessário que se procure o oftalmologista para que ele faça os ajustes necessários na dosagem dos medicamentos para que não influenciem na gestação.
Segundo o Dr. Carlos ficar exposto a computadores, televisão, tablets ou celulares por longos períodos, não fazem com que se mude o curso do glaucoma, o que pode acontecer é uma secagem do líquido lacrimal, pois é diminuído o número de piscadas durante o uso prolongado desses aparelhos, e isso pode contribuir para o surgimento de outras doenças relacionadas à visão.
Ele ainda afirmou que quem tem glaucoma pode fazer o uso de lentes de contato, porém é necessário um cuidado ao aplicar o colírio. O ideal é retirar as lentes e esperar cerca de 20 minutos para recolocá-las após a aplicação do medicamento.
Sobre os colírios que são vendidos sem prescrição médica, Dr. Carlos alertou que estes tratam apenas os sintomas e não as causas do problema. A recomendação é que o paciente procure um especialista para averiguar.
O oftalmologista explicou também que entre os sintomas que podem ser observados em um paciente com glaucoma agudo é a fotofobia: alta sensibilidade à luz, dilatação da pupila e dor muito forte nos olhos.
Ele aconselha que o melhor a se fazer é o diagnostico precoce, pois quanto mais cedo for descoberto o glaucoma, maiores serão as chances de prevenir a cegueira.
O oftalmologista aproveitou para convidar a população de Muzambinho para participar de uma campanha gratuita de prevenção ao glaucoma que será realizada no próximo sábado, das 08h às 17h, na Av. Dr. Américo Luz, 365. Esta campanha será voltada principalmente para o grupo de risco e será feita no consultório com o acompanhamento do Dr. Carlos. Para mais informações é só ligar no telefone 3571-2139.
*Foto: Redação Atividade FM.
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