Poços de Caldas  tem o pior saldo de geração de empregos de 2016 entre as maiores cidades do Sul de Minas, conforme dados do Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho.

Até o mês de maio, o município fechou 401 postos de trabalho. Na cidade, o setor que mais preocupa é o comércio, responsável pelo maior número de demissões neste ano: 374.

No Sindicato dos Funcionários do Comércio a preocupação é grande. Por dia, estão sendo feitas cerca de 20 rescisões de contrato. Muitos lojistas também estão fechando as portas.

"Antes a gente até dinha uma rotatividade mas era por conta de demissão por parte do empregado, por se alocar em outros postos de trabalho.

Hoje não, hoje a gente está percebendo que o que está acontecendo é uma redução da folha de pagamento, uma redução do número de empregados no comércio", diz a advogada do Sindcomerciários de Poços de Caldas, Denise Peixoto.

Para a Associação Comercial, vários fatores vêm contribuindo para o cenário desfavorável.

"A questão da recessão, que as pessoas estão sem dinheiro para ir às compras, é a principal delas e nós temos também aqui em Poços outros agravantes, como o aluguel, que está muito caro para o comerciante, a energia elétrica que subiu 110% em 1 ano e também algumas lojas que estão tendo realmente dificuldades de venda e aí a gente tem feito campanhas orientando que eles coloquem produtos em promoção para que eles possam atrair aqueles consumidores que ainda tenham algum trocado guardado", diz o assessor da associação comercial, José Paulo Oliveira.

De março de 2015 a março de 2016, 250 lojas fecharam as portas em Poços de Caldas. Para continuar no mercado, comerciantes estão tendo que driblar o momento de crise.

"A gente fez uma plaquinha na porta e então quando o cliente passa e vê, ele acaba entrando para ver o que tem na loja. Às vezes nem leva a peça que está na promoção, mas só por estar chamando atenção, conhece a loja e acaba pegando outras coisas também", diz a vendedora Andrielle Teixeira.

Queda também em outros setores
Além do comércio, outros setores também tiveram saldo negativo e contribuíram para a queda de empregos em Poços de Caldas. A construção civil ficou com saldo negativo de 311 vagas.

No setor de serviços, foram -106 vagas de emprego. A extração mineral também apresenta saldo negativo de -14 vagas.

Os únicos setores que apresentaram saldo positivo de geração de empregos em Poços de Caldas é o da agropecuária, que teve o melhor resultado da pesquisa: 168 vagas. A indústria também apresenta saldo positivo de 151 vagas. A administração pública, tem saldo positivo de 99 vagas.

Números de outras cidades
Outras cidades que também fecharam vagas no acumulado até o mês de maio, conforme o relatório mensal do Caged, foram Lavras (-41) e Itajubá (-281).

Varginha (MG) é a cidade em que mais vagas de emprego foram geradas nos cinco primeiros meses do ano: 620. Passos gerou 469 vagas no período. Já Pouso Alegre (MG), no mesmo período, apresentou saldo positivo de 80 vagas.

*Foto: G1 Sul de Minas.