Suspensão do SUS causa discussão em gabinete de prefeito no Sul de MG

14.06.2016

Prefeitura não estaria repassando verba e dívida já chega a R$ 11 milhões. Santa Casa de São Sebastião do Paraíso suspendeu atendimento do SUS.

Uma reunião no gabinete do prefeito de São Sebastião do Paraíso (MG) sobre os atendimentos da Santa Casa virou confusão nesta segunda-feira (13).

 

 A discussão começou quando vereadores, funcionários e diretores da Santa Casa da cidade entraram no local questionando o atraso no repasse de verbas ao hospital.

 

O atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) está suspenso e a equipe médica deve ser reduzida por causa de uma dívida de mais de R$ 11 milhões do município com o hospital.

 

Assim que o grupo de pessoas entrou no gabinete, o prefeito Rêmolo Aloise (PSDB) começou a discutir com uma das funcionárias. “Não vem gritar comigo não. Abaixa o teu [tom]. Aqui é o meu gabinete”, disse, apontando o dedo para uma mulher.

 

Em seguida, o prefeito é questionado sobre um atraso de três meses no repasse da verba. A diretora administrativa do hospital, Maria Helena Andrade, alerta sobre o risco de pacientes morrerem por falta de atendimento. “Se o senhor não pagar, vai morrer gente lá por sua culpa”, disse.

 

O prefeito rebate gritando. “Pode morrer. Vou mandar policia lá pra você matar”, afirma.
No meio da confusão, a equipe da EPTV Sul de Minas tentou falar com o prefeito, mas exaltado, Aloise não quis se pronunciar sobre o assunto. Posteriormente, em nota, o prefeito sugeriu marcar uma audiência pública para debater o caso.

 

Sem SUS
A discussão aconteceu depois que a Santa Casa de São Sebastião do Paraíso suspendeu todos os atendimentos pelo SUS. A diretora administrativa do hospital informou que, desde a sexta-feira (10), somente casos de urgência e emergência estão sendo atendidos pelo sistema.


Ainda segundo a direção da Santa Casa, o motivo seria a falta de repasse de verba da prefeitura da cidade. A dívida do município com o hospital é de mais de R$ 11 milhões.

 

Santa Casa de São Sebastião do Paraíso atende quase 2 milhões de pessoas de 50 municípios.

"Nós últimos três meses, não vem sendo repassado o Fundo a Fundo.

 

É uma verba que teria que ser repassada cinco dias após o depósito do município. Esse valor daria hoje pra gente um total de R$ 2,7 milhões. Esse dinheiro é uma verba marcada, não teria como não ter sido repassado.

 

E tem um acúmulo conjunto com esse dinheiro em um valor de R$ 11,1 milhões aproximadamente, de serviços que a gente fez pro Estado, cirurgias", explica o provedor do hospital, Fábio Westin.

 

A Santa Casa de São Sebastião do Paraíso atende quase 2 milhões de pessoas de 50 municípios. Afastada do trabalho para tratamento, Geni Dutra é uma das pessoas que ficaram sem atendimento.

 

Ela precisa fazer exames periódicos por causa de nódulos que tirou nas mamas, mas já sabe que desta vez não vai conseguir.

 

"A gente fica preocupado, porque eu tenho secreção nas duas mamas. Não é brincadeira", lamenta.

 

Mais cortes
A diretora do hospital disse que se nenhum recurso for repassado à Santa Casa até o dia 15 deste mês, quando vence o pagamento dos funcionários, o corpo médico será reduzido. "Nós vamos ter aí mais uns 30% de diminuição do atendimento porque eu não posso forçar os médicos a atender sem eles terem recebido”, completa Maria Helena.


O advogado do hospital, Rafael Albergaria, informou que vai entrar com uma ação para tirar a prefeitura da gestão do hospital e aguarda uma resposta do Judiciário quanto à liminar até esta terça-feira (14).

 

"Não há mais condições de continuarmos vinculados a um município que não repassa as verbas que vêm do Governo Federal e Estadual, isso é inadmissível", disse.

 

*Foto: G1 Sul de Minas.

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Fonte - G1 Sul de Minas

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