Café de Muzambinho foi tema do Bom Dia Atividade Especial

30.05.2016

Presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Muzambinho, Rodrigo Machado, falou sobre a expectativa da colheita, entre outros assuntos relacionados ao café.

O programa Bom Dia Atividade Especial do último sábado (21), recebeu o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Muzambinho, Rodrigo de Almeida Machado, que falou sobre a expectativa de colheita do café na cidade, cafés especiais, como é a classificação do café na hora da venda, entre outros assuntos.

 

Segundo Rodrigo a colheita esse ano será menor do que o ano passado em Muzambinho comparado com outras cidades da região. A produtividade será em torno de 30% menor e isso deve gerar uma quebra de aproximadamente 40 mil sacas na produção, passando de 150 mil sacas, para 110 mil sacas neste ano.
 
Ele comentou que em alguns lugares a colheita já começou e que neste ano, será uma colheita desuniforme, pois há lugares em que o café já se encontra maduro, mas tem outros que possivelmente irão começar a partir da primeira ou segunda quinzena de junho. A estimativa feita pelo Sindicato é que o fim da colheita seja no mês de setembro.

 

Segundo Rodrigo a colheita gera muitos empregos na cidade, mas que devido a diminuição na quantidade de café que deve ser colhido aqui na região, é provável que se tenha uma queda de 10% a 20% na contratação de mão de obra, se comparado com o ano de 2015.

 

Cabo Verde, Muzambinho, Nova Resende, Monte Belo, Alfenas e Guaxupé são os municípios que mais produzem café na região e de acordo com Rodrigo, dentre os fatores que contribuem para isso, destaca-se a altitude. Em Muzambinho, por exemplo, os cafezais têm de mil a 1,3 metros de altitude, isso gera uma uniformidade na colheita, e uma maturação mais uniforme, destacou Rodrigo. Além disso, o solo é extremamente fértil, que ajuda na nutrição do cafeeiro e tem o fator econômico, pois o café o único tipo de planta que melhor se adaptou ao relevo e clima da região.

 

Segundo Rodrigo as cultivares principais que são plantadas em Muzambinho ainda estão sendo as tradicionais como o Mundo Novo, Catuaí e Catucaí que tem certa resistência à ferrugem.

 

O que muda de uma espécie para a outra é que ela pode chegar à maturação mais rápido do que as demais, no caso do Catuaí Amarelo, ele tem mais doçura e mais uniformidade na hora da maturação.

 

No que diz respeito aos critérios de avaliação com relação ao tipo de bebida, Rodrigo orientou que há certos cuidados que devem ser tomados para não afetar ou prejudicar na hora da venda do produto, como por exemplo, um trato melhor no terreiro, descascar o café, a separação da peneira, dentre outros.

 

Sobre os cafés especiais, Rodrigo contou que para obter o café especial não exige muito investimento do produtor, e sim uma mudança de conceitos com relação ao cuidado que se deve ter no pós-colheita, ou seja, os cuidados no terreiro é que fazem a diferença de se ter um café bom ou um café excelente. Além disso, o mercado para o café especial vem crescendo.

 

O Sindicato dos Produtores de Muzambinho aderiu ao projeto “Coffe Intellingence”, do SEBRAE, onde uma equipe de profissionais e doutores da Universidade de Lavras, vai dar todo o apoio para os produtores, como fazer mapeamento das lavouras e separar por altitude, variedade, e qualidade do café. “Com isso vamos dar um diagnóstico para o produtor que está começando a produzir o café especial e pensa que só o café que é descascado que vai dar uma boa bebida e não é bem assim”, explicou Rodrigo.

 

A respeito da diferença do preço do café especial para o café comum, o presidente do sindicato disse que a cafeicultura de montanha está sofrendo com os preços praticados, que hoje em dia giram em torno de R$ 480 a R$ 500 reais. O cafeicultor de montanha tem um custo muito grande com encargos sociais e com a mão de obra, e isso encarece muito a produção da saca. 

 

Já no café especial, o preço não tem muita volatilidade, e se estabiliza num determinado patamar, dando ao produtor maior facilidade de realizar uma venda futura, se tornando uma opção mais viável, já que o preço do café commodities é estipulado através das bolsas de valores, nacionais e internacionais.

 

Para a venda do café, o presidente do sindicato orientou para que os produtores nunca dependam apenas de um comprador, que procurem deixar a amostra em vários compradores para fazer a comparação de preços.

 

O Sindicato dos Produtores começará esse ano, a prestar um serviço para levar amostras de café em Poços de Caldas, Alfenas e Varginha para compradores de lá, a fim de conseguir uma melhor negociação do café.
 
No que diz respeito a melhor hora para venda ou armazenamento do café, Rodrigo orienta que é importante que o produtor saiba quanto custa o seu café, ter um controle de toda a sua produção, desde uma adubação até a contratação de mão de obra, tendo um acompanhamento durante o ano, anotando tudo, para poder saber o custo de cada saca, para assim saber o momento ideal de vender ou armazenar. 

 

Rodrigo também destacou que os produtores rurais tem uma estrutura muito boa no Instituto Federal do Sul de Minas – Campus Muzambinho para apoio e pesquisa que é pouco utilizada. Ele citou o exemplo do concurso realizado no ano passado com a parceria do Sindicato, representado pelo professor José Marques Mendonça, coordenador da área de cafeicultura do IFSULDEMINAS. 

 

Ele aproveitou também para alertar aos produtores e proprietários de imóveis rurais que ainda não fizeram o CAR (Cadastro Ambiental Rural), que teve mais uma vez o prazo prorrogado, para que procurem o Sindicato e façam o cadastro o mais breve possível. 

 

Rodrigo finalizou dizendo que o Sindicato dos Produtores Rurais está de portas abertas para receber os produtores para tirarem suas dúvidas, conhecer o trabalho desenvolvido e se especializar mais para que Muzambinho possa trabalhar com um café de maior qualidade.

 

*Foto: Redação Atividade FM.

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Fonte - Redação Atividade FM Autor - Redação Atividade FM

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