Testemunha diz que policial teve intenção de atingir vítima em Guaxupé

26.05.2016

Militar alegou ter atirado para o chão após confusão no trânsito. Ajudante de caminhoneiro foi morto com três tiros nesta terça-feira (24).

O caso do policial militar acusado de matar a tiros um ajudante de caminhoneiro em Guaxupé (MG) nesta terça-feira (24) será julgado pela Justiça comum e o inquérito deve ficar pronto em 10 dias. O motorista do caminhão, que estava com a vítima no momento do crime prestou depoimento nesta quarta-feira (25) e negou a versão de que o PM teria atirado para o chão.

 

O ajudante de caminhoneiro André Godinho dos Reis, de 36 anos, saiu de casa para trabalhar e foi morto a tiros. O suspeito, que estava de folga, foi preso em flagrante e permanece detido. A versão apresentada por ele, durante depoimento, foi de que os tiros teriam sido disparados no chão e não contra a vítima.
 
O motorista Flávio Batista, que dirigia o caminhão em que estava a vítima, nega a versão dada pelo suspeito. “A segunda vez que ele foi, não foi discussão, ele já chegou agredindo a gente, pegou a arma e apontou para ele. Ele se rendeu e falou: ‘Que isso, cara? Vamos conversar, guarda isso aí’”.

 

Imagens feitas por testemunhas mostram o motorista do caminhão tentando socorrer o outro caminhoneiro, que já estava baleado no chão. Segundo a PM, o sargento, que é o principal suspeito, contou que teria encontrado a vítima e o motorista do caminhão novamente por acaso e eles voltaram a discutir. A testemunha nega. 

 

“Ele [o policial militar] atirou contra ele. Foi contra ele.  A hora que ele caiu no chão, ele chegou e fez isso aqui ó [...] deu um tiro nele, ele no chão. Ele pegou e levantou mais pra cima, apontou para a cabeça dele, puxou [o gatilho] e não saiu [o tiro], aí ele saiu correndo”, relatou Flávio.

 

Flávio já prestou o depoimento. Para a Polícia Civil, o relato dele é muito importante nas investigações, mas um vídeo gravado num celular da própria vítima, minutos antes de morrer, é a principal chave do caso.


“Os tiros foram direcionados à vítima, tanto que o mesmo veio à óbito por causa dos disparos de arma de fogo. Com base nesses elementos, não houve outra saída a não ser ratificar a voz de prisão em flagrante por homicídio qualificado por motivo fútil”, esclareceu o delegado Alexandre Campezato Soares da Costa.

 

O tenente Tiago Teixeira Nunes contou que toda a briga teve início na porta de uma escola. "O militar estacionou o seu veículo na porta de uma escola para deixar os dois filhos. Depois que ele estacionou, ele deixou as crianças na escola, retornou para o veículo e quando ele foi abrir a porta, ele se distraiu e abriu a porta no momento em que passava um caminhão pela via.

 

Os ocupantes do caminhão se assustaram com a situação e acenaram para o militar. Segundo o relato do militar, com palavras de [baixo] calão. Segundo os integrantes do caminhão, apenas chamaram a atenção do militar".


De acordo com a Polícia Civil, foram sete disparos. O ajudante foi atingido com três tiros e chegou a ser levado para a Santa Casa da cidade, mas não resistiu. Conforme a PM, o sargento fez os disparos com uma arma de uso particular.


O corpo de André Godinho foi levado para o IML de Alfenas. Segundo a PM, o sargento será submetido a um processo administrativo, até que possa ser esclarecido tudo o que aconteceu.

 

Já a família do caminhoneiro pede justiça. “O que a gente quer e só isso, a minha família foi destruída, meu irmão não volta mais”, disse Janaína Rodrigues, irmã da vítima.

 

*Foto:G1Sul de Minas.

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Fonte - G1 Sul de Minas

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