Um assunto que repercute há vários anos em Muzambinho (MG) é a transferência da Escola Estadual Coronel José Martins para o município. 

O prefeito municipal, Ivan de Freitas, disse a nossa reportagem que o motivo é transferência dos alunos da Escola Municipal Sagrado Coração de Jesus para as dependências da Escola Estadual Coronel José Martins, isso porque, o local adaptado para a escola municipal é impróprio, com salas apertadas, escadarias e o aparecimento constante de escorpiões. 

Ainda conforme o prefeito, a administração tinha duas opções, a construção de uma nova escola ou receber uma do Estado. Ivan ressaltou que a transferência é um grande passo para a cidade, para os alunos e pais, pois vai atender os bairros ao redor da escola. A mudança, segundo ele, será feita a partir de 2016, para não prejudicar o ano letivo de 2015 e deverá atender mais de 600 alunos com a oferta de ensino em tempo integral, inclusive com uso do local no período noturno para a formação escolar. Conforme o prefeito, os professores e alunos serão remanejados para outras escolas estaduais. 
 

Ivan também destacou que a transferência foi concluída junto ao Governo do Estado, com a Secretaria de Educação e com a Superintendência de Ensino de Poços de Caldas, e que tudo já esta acertado. Entretanto, ele afirmou que o processo não será prejudicado para aqueles que estão vendo a situação em benefício próprio, mas que a administração preza pelo benefício de toda a comunidade. 
 

Em contato com os servidores da Escola Estadual Coronel José Martins, o representante Dênis Cássio Leite (do setor administrativo) falou sobre o assunto em nome dos funcionários. De acordo com ele, até o momento, a escola não recebeu nenhum documento oficial sobre a formalidade da transferência e que o assunto chegou à escola através das mídias. 

Foi lembrado também que em 2014 a Prefeitura já havia solicitado a transferência do local, onde foi sugerido que a Escola Estadual funcionasse pela manhã e a Escola do Município à tarde, mas a administração pública não aceitou a sugestão. 

Ainda de acordo com Dênis, o maior problema desta mudança é que o financiamento que o Estado oferece para a Escola não existirá mais. Ele destacou que uma parceria entre união e município seria a melhor forma para garantir as verbas do Estado e atender a demanda da prefeitura. 
 

De acordo com o servidor, com o remanejamento dos alunos para outras escolas, as salas ficarão superlotadas, e que os funcionários efetivos serão distribuídos, mas não se sabe como isso será feito. Se houvesse a parceria entre os órgãos competentes sem que haja a transferência, cerca de 360 alunos poderiam ser inseridos na escola. Outra proposta apontada pelo representante é a construção de salas de aulas sob responsabilidade da prefeitura, pois o terreno tem condições de receber amplamente novos empreendimentos em beneficio da educação. 

Dênis afirmou que não houve diálogo com a escola. Com isso, foi criado um abaixo assinado sobre a medida adotada. Eles pedem a permanência da escola, e que os novos alunos da Sagrado Coração possam ser inseridos sim, mas sem a transferência. Assim, conforme o servidor, a parceria seria uma oportunidade de estar transformando a escola em tempo integral, como é sugerido pelo Plano Nacional de Educação. 
 

O prefeito afirmou que a medida é irrevogável, pois não existe um conteúdo consistente para atender a posição daqueles que adotaram contrariamente a medida. 

A Escola Coronel José Martins funciona no período da manhã e atende entre 190 a 200 alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental com um quadro de 28 funcionários.