Polícia Civil mineira é referência nacional em solução de crimes na internet
28.08.2015
Minas Gerais é um dos 10 estados, além do Distrito Federal, a ter delegacia especializada. Policiais têm qualificação científica e atuação de destaque no rastreamento de dados.É impossível imaginar vida sem internet. Serviços, lazer e compras a um clique para milhões de pessoas. Facilidades que escondem perigos e viabilizam a prática de delitos. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) registrou nos primeiros sete meses deste ano 902 crimes e foram detidos crackers que agiam no Brasil.
O delegado titular da 2ª Delegacia Especializada em Investigação de Crimes Cibernéticos (DEICC), César Duarte Matoso, explica que há dois crimes cibernéticos tipificados no código penal: invasão de dispositivo informático (art. 154 A - invadir o computador) e interrupção de serviço telemático (art. 266 - tirar um site do ar). Os demais casos são crimes comuns cometidos com o auxílio da web.
A maioria deles (37%) é estelionato. Um destes casos foi esclarecido este ano. A funcionária de uma empresa da capital mineira alterou boletos bancários e fez pagamentos indevidos comprando imóveis em seu nome.
A suspeita agia com o apoio de um comparsa que trocava informações e ajudava nas transferências bancárias. Ao constatar boletos adulterados, a vítima fez a denúncia e a polícia, por meio de quebra de sigilos bancário e de e-mail, identificou o valor obtido no montante de aproximadamente R$ 800 mil.
No Alto Paranaíba, outro exemplo de criminalidade via web. Uma empresa de Araxá teve o sistema invadido. O suspeito copiou os dados e ameaçou funcionários e seus familiares. Na investigação, foi descoberta a atuação de um cracker que enviava mensagens com origem em outros países.
Neste caso, houve um crime cibernético (invasão de dispositivo informático) e ainda um crime comum (de extorsão), feito virtualmente. Na investigação, foi identificado o Internet Protocol (IP) do computador em que o suspeito enviava ameaças e divulgava os documentos da empresa. Assim foram adquiridas provas que indicaram o criminoso. O delegado diz ainda que as ameaças representam 6% do total registrados na DEICC.
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