Papa Francisco clama pela preservação da Amazônia em Encíclica ambiental

19.06.2015

Pontífice estimula uma ecologia integral para cuidar do ser humano e do planeta, e diz que governos têm dever de preservar o meio ambiente.

O Papa Francisco divulgou oficialmente nesta quinta-feira (18) a Encíclica Ambiental, intitulada “Laudato si” (Louvado Seja). O documento cobra uma postura menos gananciosa de países desenvolvidos para evitar mais alterações climáticas e lembra que a ecologia integral deve incluir claramente as dimensões humanas e sociais: "Na?o ha? duas crises separadas, uma ambiental e outra social, mas uma u?nica e complexa crise so?cio-ambiental".


O Papa faz referência ao Brasil e à necessidade de cuidar dos ecossistemas de florestas tropicais de grande "biodiversidade que sa?o a Amazônia", logo depois de dizer que o ganho econômico não pode se sobrepor sobre a preservação da vida. “Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai suceder-nos, a?s crianc?as que esta?o a crescer?”, pergunta o pontífice, lembrando que "tudo esta? inter-relacionado e o cuidado aute?ntico da nossa pro?pria vida e das nossas relac?o?es com a natureza e? insepara?vel da fraternidade, da justic?a e da fidelidade aos outros".


O teólogo Francisco Catão comenta que "começando sua Encíclica com o Canto das Criaturas de São Francisco de Assis, o Papa Francisco se dirige a todos os que têm sensibilidade para se deixar tocar pelas terríveis consequências da deterioração do meio ambiente, que afetam a todos, a começar pelos mais pobres e mais desprotegidos. A linguagem poética do pobrezinho de Assis, capaz de transmitir um sentimento impossível de ser expresso em conceitos, tem a força de nos convocar pelo coração para o esforço comum de salvar o planeta".


O  Papa Francisco alertou sobre a preocupação para que “cada governo cumpra o dever pro?prio e na?o-delega?vel de preservar o meio ambiente e os recursos naturais do seu pai?s, sem se vender a espu?rios interesses locais ou internacionais” ou o risco de enormes interesses econômicos, que podem atentar contra as soberanias nacionais. “O custo dos danos provocados pela neglige?ncia egoi?sta e? muiti?ssimo maior do que o benefi?cio econômico que se possa obter”, diz a Encíclica.  


O biólogo e sociólogo Francisco Borba Ribeiro Neto, Coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP, acredita que o texto deve servir de inspiração, mas  alerta que é preciso a mudança de atitude das pessoas. “A encíclica ajudará a difundir e aprofundar uma mentalidade, mas não fará milagres. O documento também destaca que não basta ter boas leis, se não existem medidas efetivas de conservação das florestas e dos ecossistemas”, comentou Borba, que ainda indica que o caminho a ser seguido por todos os setores sociais deve se direcionar a um desenvolvimento que seja simultaneamente sustentável, integral e efetivo. "O ser humano tem um lugar especial na criação, mas isso não significa que possa usufruir dela de modo irresponsável".


O próprio pontífice, na Encíclica, ressaltou a intenção de o documento servir como instrumento de reflexão para todas as pessoas: “A Igreja na?o pretende definir as questo?es cienti?ficas, nem substituir-se a? poli?tica, mas [eu] convido a um debate honesto e transparente para que as necessidades particulares ou as ideologias na?o lesem o bem comum”, disse o Papa Francisco, na expectativa de uma mudança para um estilo de vida sustentável para toda humanidade.  

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Fonte - Projeto Comunicação Aberta - Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP Autor - Fagner Passos

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