Médico acusado de homicídio na “Máfia dos Órgãos” é julgado
06.05.2014
Vítima, de 58 anos, teve córneas, rins e fígado removidos e transplantados, o médico foi denunciado em Poços de Caldas (MG).O médico neurologista José Luiz Gomes da Silva, começa a ser julgado hoje (06). O médico é acusado de homicídio no caso de transplante de órgãos do aposentado Adeleus Lúcio Rozin, em 2001. A audiência será presidida pelo juiz Narciso Monteiro Alvarenga de Castro deve ouvir oito testemunhas de acusação.
A vítima, na época com 58 anos, teve rins, fígado e córneas transplantados. De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, Adeleus teria chegado ao Hospital da Santa Casa no dia 15 de abril de 2001 com traumatismo craniano e morreu dois dias depois, quando teve os órgãos removidos.
Consta no processo que as córneas teriam sido retiradas pela auxiliar de enfermagem ou enfermeira, Graziela Rosana Gaffoni, o que contraria a legislação de transplante.
Ainda segundo a denúncia, a perícia feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) não aponta exames que comprovem a morte cerebral da vítima, o que indica que ele pode ter sido morto para ter os órgãos retirados e doados.
Outros casos relacionados e a Máfia dos Órgãos
O médico aparece ainda em outros processos ligados à 'Máfia dos Órgãos'. Referente ao ‘Caso 2’, tramita também na Justiça o ‘Caso 3’, que terminou com a morte da vítima Alice Mezavila Tavares, na época com 49 anos, após receber um rim doado pela família de Adeleus. Ela esperou pelo menos três anos pelo transplante do órgão e segundo a família, as causas apontadas pela Santa Casa foram infecção generalizada e insuficiência renal crônica.
Entre os outros casos estão o de uma vítima de 41 anos, morta em 25 de janeiro de 2001 e que teve córneas e rins retiradas. Maria Benedita, de 50 anos, que morava em Itajubá (MG) e morreu depois de receber, na Santa Casa de Poços de Caldas, um rim de uma pessoa de Passos (MG).
Outra vítima, de 50 anos não teve os órgãos captados, no entanto, o motivo não consta no prontuário médico. A morte aconteceu no dia 6 de junho de 2001.
Já as investigações que apontam vários médicos ligados a casos tiveram início após a morte do menino Paulo Veronesi Pavesi, o Paulinho, em 2000. A criança, na época com 10 anos, teria tido os órgãos removidos enquanto ainda estava viva. Em 2013, três dos médicos envolvidos foram condenados em primeira instância a penas que variam entre 14 e 18 anos e dois deles passaram 1 mês detidos no Presídio de Poços de Caldas.
Há ainda a expectativa de que outros quatro médicos, entre eles José Luiz Gomes da Silva, sejam levados à júri popular por conta da morte do Caso Pavesi.
O Caso 1 também já foi julgado e condenou os médicos Alexandre Crispino Zincone, João Alberto Góes Brandão, Celso Roberto Frasson Scafi e Cláudio Rogério Carneiro Fernandes em primeira instância.

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