Padre Alessandro Campos é processado por dívida com ex-empresário
05.05.2015
Ex-empresário, Leonardo Azevedo, cobra R$ 9,6 milhões que seriam referentes à multa de recisão contratual e dívidas trabalhistas.O ex-empresário do padre e cantor Alessandro Campos, Leonardo Azevedo, está processando o sacerdote por quebra de contrato, pedindo R$ 9,6 milhões. A ação, protocolada na semana passada na 2ª Vara Cível de Aparecida do Norte, é referente a uma multa de recisão contratual e a dívidas trabalhistas, que não teriam sido pagas pelo "padre sertanejo".
Segundo o empresário, o acordo com o Alessandro foi assinado em março de 2014, prevendo dez anos de exclusividade na parceria. Após desentendimentos, o contrato foi rompido em outubro, sob justificativa de falta de empenho na divulgação e clareza da prestação de contas.
Leonardo Azevedo diz não ter recebido os 40% acordados sobre a carreira do artista, referentes a shows e vendas de CDs. Além disso, o padre também não teria repassado o dinheiro para o pagamento dos funcionários da produtora do empresário, a Stare Midia Digital. Os "calotes" incluiriam também cerca de 30 multas registradas do carro de Leonardo, somando mais de R$ 30 mil.
"Queremos o pagamento da recisão sem justa causa, como já previa o contrato em cláusula. Provavelmente, depois de estourar, ele acertou parceria com terceiros e, por isso, decidiu rescindir. Tentamos uma conversa para evitar a ação, mas não conseguimos um acordo. Não é a primeira vez que isso acontece. Ele já havia sido processado pelo empresário anterior", disse o advogado de Leonardo, Cláudio Corrêa, ao portal UOL.
"O padre alega que ele não tinha informações concretas sobre algumas prestações de contas e que o trabalho não estava sendo bem feito. Mas o problema é que não existia uma conta do Leonardo ou da empresa dele. Todos os depósitos eram feitos diretamente na conta do padre."
Procurado pela reportagem do UOL, o advogado do padre Alessandro afirmou ainda não ter autorização para comentar o caso e que ainda não teve acesso aos autos do processo.
"O Alessandro montou um escritório para fazer a divulgação da carreira dele e convidou o Leonardo, que já havia trabalhado e tido problemas com o Edson e Hudson. O Alessandro não gostou do resultado, e o Leonardo decidiu acionar a Justiça. É uma coisa que acontece no showbiz", disse Milce Castro, secretária do padre, que não quis falar com a reportagem.
Misturando sermões e música sertaneja, o padre Alessandro Campos é um dos maiores fenômenos da música brasileira na atualidade. Seu álbum mais recente, "O Que é que Eu Sou Sem Jesus", já vendeu cerca de 1 milhão de cópias. Com missas lotadas e vestindo batina e chapéu de caubói, ele é uma das estrelas da TV Aparecida, apresentando o programa "Aparecida Sertaneja".
Cancelamento de shows
Desde o ano passado, o padre Alessandro já vinha causando polêmica ao cancelar repentinamente shows nos interiores de São Paulo e Minas Gerais, alegando problemas pessoais e de agenda. Segundo Leonardo Azevedo, foram 11 apresentações suspensas, sem que ele devolvesse o cachê. Uma delas aconteceria na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Mogi das Cruzes (SP), que entrou com uma ação de indenização por dano material contra o sacerdote.
Em Claro dos Poções (MG), o cancelamento de um show em agosto do ano passado resultou em uma carta aberta de repúdio escrita pelo padre Deangeles Carlos Araújo, que administra a paróquia Senhor Bom Jesus. Apesar de banda e equipe terem montado os equipamentos e passado o som no palco, Alessandro Campos não viajou à cidade.
"Nós, organizadores da festa, além do constrangimento, vergonha e decepção, ficamos sem resposta. Seus assessores não sabiam nos falar o que havia acontecido. Sua banda estava sem entender o porquê. O padre simplesmente desligou o telefone, e ninguém, nem ele, nem sua produção, nos atenderam mais", desabafou Deangeles, na época, em nota.
"É preciso lembrar que a carreira dele é toda muito complicada, muito diferente da de outros artistas. É difícil fazer uma gestão artística quando se envolve um padre, que está sob o custódio de instituições e cumpre, primeiramente, uma missão em seu trabalho: a evangelização", diz Milce Castro.
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