Pedro Lucas de Muzambinho espera doação de medula óssea

18.12.2014

Garoto muzambinhense sofre de doença rara que o deixa suscetível a infecções. Saiba como se tornar um doador.

Pedro Lucas Silva Vasconcelos, de apenas 3 anos e 9 meses, tem toda uma vida pela frente, mas diferente da maioria das crianças na idade dele, seus dias não podem ser de brincadeiras, amigos e escola. Uma grave e rara doença genética faz com que o menino de Muzambinho (MG) seja suscetível a infecções por uma falha no sistema imunológico.
 
Uma doação de medula óssea seria capaz de mudar toda a vida do menino, esperança que a família carrega através dos dias. O apelo do menino foi gravado em um vídeo com a mãe, que o divulga para que um doador seja encontrado o mais rápido possível: "Doe medula óssea, estou precisando de você. Quem sabe é você que vai me salvar com a sua medula. Beijos”, declara o menino no vídeo.

 

Confira o vídeo de Pedro pedindo a colaboração das pessoas. 

 

A família de Pedro se divide entre Muzambinho, onde os pais moram, e Campinas (SP), onde o menino faz tratamento em um hospital. Pedro Lucas tem a síndrome de Wiscott-Aldrich, originária de um defeito no DNA que resulta na deficiência da produção de uma proteína essencial para o organismo nos primeiros anos de vida. Falhas no sistema imunológico deixam as crianças com mais facilidade de desenvolverem infecções, doenças autoimunes, assim como problemas com as plaquetas, responsáveis pela coagulação do sangue, que causam sangramentos frequentes.

 

Por isso, Pedro não pode correr por causa do risco de se machucar. Só de encostar em algum móvel, aparecem hematomas. A mãe dele, Silvana Maria da Silva Vasconcelos já perdeu as contas de quantas transfusões de plaquetas o filho fez. "Saber que teu filho está doente e você não poder fazer nada, nada praticamente, a não ser lutar e acreditar que Deus existe. Então é muito difícil", desabafa a mãe sem conseguir conter o choro.

 

Por causa da doença, Pedro não pode levar uma vida como a de qualquer criança. "Ele pode ter um sangramento forte e não aguentar. Ele não pode cair, não pode ter queda nenhuma, ele não pode bater a cabeça de forma alguma. Então ele é uma criança restrita a brincar, a correr, ele não pode frequentar a escola, não conhece um parquinho, porque pode cair. Então ele vive desde pequenininho só dentro de casa", explica Silvana.


Desde os 10 meses de idade, Pedro faz tratamento em Campinas (SP), onde foi diagnosticada a doença. O menino já esteve internado em dois hospitais, inclusive na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Atualmente, com ajuda especializada e medicação, ele só vai ao hospital para consultas, mas ainda não pode retornar ao Sul de Minas.

 

Há 10 meses, a Associação de Pais e Amigos da Criança com Câncer e Hemopatias (Apacc), em Campinas, virou a casa da Silvana e do Pedro. A Apacc oferece, de graça, abrigo, comida e lazer para crianças que fazem tratamento em hospitais conveniados. 

 

"A gente por ano tem por volta de 225 a 230 famílias e o Sul de Minas chega a representar 40% das famílias que vieram pra cá. É até um relacionamento histórico, já conhecido também", conta o presidente da associação, Luiz Prado.

 

Por causa da associação, mãe e filho não têm despesas com hospedagem e alimentação em Campinas, mas a medicação custa caro. Por mês, Silvana chega a gastar R$ 600. Ela e o filho contam os minutos pra voltar pra Muzambinho, mas esse retorno deve demorar um pouco mais.

 

Desde o meio do ano, Pedro também faz o acompanhamento da doença no Hospital de Clínicas de Curitiba (PR), onde deve ser feito o transplante de médula óssea assim que um doador compatível for encontrado.

 

Enquanto esse dia não chega, o pai acompanha a mais de 200 quilômetros de distância a luta do filho. Quando voltar para Muzambinho, a obra do quarto novo com suíte já vai estar pronta. Até lá, o contato continua pelo telefone e a saudade só aumenta quando recebe fotos e ouve Pedro Lucas cantar. "O coração fica apertado. Eu já entrei em depressão já, por causa do problema, não é fácil não", desabafa o pai, Jarbas Vasconcelos.

 

A família só espera que um doador seja encontrado e Pedro volte pra casa. "Eu espero um final feliz, que apareça um doador, que recupere logo a saúde dele, e venha pra casa 'né', o lar dele", declara a avó Nivalda Ozéias Vasconcelos.


Doações
Quem quiser se tornar um possível doador de medula óssea, basta procurar uma unidade do hemominas e se cadastrar no registro nacional de doadores de médula óssea. 

 

As pessoas que tem o interesse em se cadastrar devem procurar a Associação de Combate ao Câncer – AVMCC de Muzambinho, na rua Dick Prado, 46 no Centro, no horário das 13 às 17 horas ou pelo telefone 35 3571-2032. Outras informações podem ser obtidas com Janaina Vasconcelos pelo telefone (35) 3571-5035. 


Se algum doador for compatível com o garoto Pedro, a família é comunicada e a partir daí, começa o processo para se fazer o transplante.
 
Passo a passo para tornar-se doador 
Para o cadastramento de candidatos a doarem medula óssea, é necessário:
•    ter entre 18 e 54 anos, boa saúde e não apresentar doenças como as infecciosas ou as hematológicas;
•    apresentar documento oficial de identidade, com foto;
•    preencher os formulários: ficha de identificação do candidato e termo de consentimento;
•    colher uma amostra de sangue com 5ml para testes.
A coleta da medula de um doador é feita através da via periférica, que se assemelha a uma doação de sangue. Não requer internação nem anestesia.
 
Transplante
O paciente é tratado com quimioterapia, que destrói sua própria medula, e recebe a medula óssea doada por meio de transfusão. Em duas semanas, a medula óssea transplantada já estará produzindo células novas.  


Para os doadores, os riscos são praticamente inexistentes. Apenas 10% da medula óssea são retirados e, dentro de poucas semanas, a medula doada será recomposta pelo organismo.

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Fonte - Redação Atividade FM / G1 Autor - Fagner Passos

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