Falta de sedativos para pacientes graves de Covid-19 liga alerta em hospitais no Sul de MG

06.07.2020

Medicamentos são utilizados para entubar pacientes em leitos de UTI.

Cresce a preocupação em vários hospitais da região pelos baixos estoques dos medicamentos usados na entubação de pacientes com Covid-19. A falta deles pode comprometer o tratamento e colocar em risco a vida de quem está com a doença.

Em Lavras, a Santa Casa têm medicamentos para no máximo 10 dias. Nesta segunda-feira (6), a cidade atingiu 100% de ocupação dos leitos de UTI do Hospital Vaz Monteiro. Na Santa Casa, ainda há três disponíveis.

"Hoje nós estamos trabalhando no limite do aceitável em termos de estoque. Nós geralmente temos um estoque que dura em torno de dois meses. Hoje se a gente encher esse nosso CTI, a gente teria um estoque que duraria em torno de 10 dias, que é uma coisa baixa para os padrões que a gente precisa para manter o atendimento que é necessário para esses casos", disse o provedor da Santa Casa de Lavras, Marciel Guerra Perangeli.

Ainda conforme o provedor, além do medicamento estar em falta no mercado, o que o hospital consegue, às vezes chega com preço muito acima do que normalmente é pago.

"A Santa Casa de Lavras trabalha com processo licitatório, a gente abre cotações para as empresas que são credenciadas por nós, hoje a gente trabalha com 40, 50, fornecedores diferentes, e quando a gente abre essa licitação a gente cota em todos esses fornecedores procurando esses medicamentos. Alguns a gente não consegue encontrar, principalmente os bloqueadores neuromusculares que estão em falta no mercado. Quando conseguimos, a gente faz pedidos de 500 ampolas, conseguimos 60, 70, quando consegue e muitas dessas vezes a gente chega com essas compras com o preço muito acima da média do mercado, que faz com que a gente tenha dificuldades em estar adquirindo. Não só a falta, mas quando encontra também, os preços muito elevados", disse o provedor.

Em nota, a Prefeitura de Lavras informou que no mês passado representou o Sul de Minas em uma reunião com o presidente da Assembleia Legislativa, onde mostrou a dificuldade em conseguir os medicamentos para entubação e que, por isso, aguarda que o Ministério da Saúde e o Governo de Minas façam a distribuição.

A nota também informa que a Secretaria de Saúde de Lavras abriu diversas licitações para compra desses medicamentos.

Situação em outras cidades

Em Varginha, a Secretaria Municipal de Saúde responde pelo estoque da UPA e do Hospital de Campanha. Segundo o secretário Luiz Carlos Coelho, o estoque dá para atender aos pacientes com Covid-19 por três meses.

Em Três Corações, o coordenador do Centro de Atendimento à Covid informou que fez estoque desses medicamentos em março, mas que já existe a preocupação que eles faltem nas próximas semanas.

"Algumas medidas foram tomadas como a suspensão de cirurgias eletivas, o hospital vem priorizando os atendimentos de emergência, as cirurgias de emergências, mas a gente está passando uma situação privilegiada, em que até agora nenhum paciente sofreu pela falta de medicamento ou nenhum equipamento. Mas neste momento, assim como em outros hospitais, o nosso estoque de sedativos é bem baixo e a gente tem essa medicação em estado de alerta, com a possibilidade de vir a faltar nas próximas semanas se a gente não conseguir repor esse estoque a tempo", disse o coordenador do Centro Especializado ao Covid-19, William Rodrigo de Andrade.

Em Guaxupé, a falta de medicamentos para entubação também preocupa.

"A falta de medicamentos já é um acontecimento na nossa região. Neste momento nós estamos ainda com reservas de medicamentos, que fizemos algumas compras, que nos permitiu estar tratando esses pacientes de forma adequada, mas é uma preocupação que nos atinge também", disse a diretora técnica da Santa Casa de Guaxupé, Salma Regina Gallape.

Em Alfenas, segundo o provedor da Santa Casa, o hospital sofreu com o problema de falta de medicamentos na semana passada e ficou sem poder fazer novas internações. Agora, eles conseguiram comprar os medicamentos para as próximas três semanas.

Em Passos, segundo a assessoria da Santa Casa, o estoque atual de alguns sedativos pode durar de 15 a 20 dias. Os medicamentos estão sendo comprados aos poucos, por causa da falta dos produtos no mercado.

No hospital Samuel Libânio, em Pouso Alegre, conforme a assessoria, não faltam medicamentos anestésicos. O hospital não informou por quanto tempo pode durar o estoque.

Em todos os hospitais citados, as cirurgias eletivas, que não são urgentes, estão suspensas para reduzir o uso desses medicamentos e não sobrecarregar ainda mais as UTIs.

Foto: Reprodução

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Fonte - Reprodução G1 Sul de Minas

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