Imigrantes seriam o alvo de arrastões em prédios de Poços de Caldas, MG
10.03.2017
Inquérito foi aberto e primeiro passo é analisar as imagens de segurança. Polícia suspeita que quadrilha especializada estaria por trás dos crimes.A Polícia Civil acredita que imigrantes seriam o alvo dos arrastões realizados em prédios de Poços de Caldas (MG) na tarde desta quarta-feira (8). Segundo a delegada responsável pelo caso, Maria Cecília Gomes Flora, a principal suspeita é que uma quadrilha especializada em roubos a estrageiros, especialmente os de origem asiática, esteja por trás dos crimes.
Nesta quinta-feira (9), um inquérito já havia sido aberto para apurar se os arrastãos em prédios na área central do município teriam alguma relação. Segundo a delegada, dois dos apartamentos seriam de chineses e um deles teria tido um inquilino chinês, mas, atualmente, é moradia de outras pessoas.
“Nós temos algumas informações, alguns levantamentos que já foram feitos de ontem para hoje, indicando que existe uma quadrilha atuando, não especificamente aqui no Sul de Minas, mas em todo o território nacional. Eles fariam o levantamento dessas vítimas em potencial e regimentaria adolescentes ou adultos de classe média para praticar esses arrombamentos nesses estabelecimentos”, explicou Maria Cecília.
Os arrombamentos em apartamentos aconteceram nesta quarta-feira (8), inicialmente, em três edifícios diferentes na cidade. Segundo a delegada que assumiu o caso, apenas três boletins de ocorrência foram registrados e um quarto caso, possivelmente, deve ser descartado já que não foi registrada queixa. A delegada informou ainda que o primeiro passo das investigações é um levantamento de imagens de circuitos de segurança que podem ter captado a movimentação destes suspeitos.
“Está sendo feito um levantamento para verificar se houve o registro por sistemas de vigilância espalhados pela cidade. Já que na área central, geralmente, muitos estabelecimentos possuem esse tipo de sistema. [A partir dai vamos] verificar se as imagens indicam se são os mesmos suspeitos, já que houve uma diferença de tempo, entre um e outro fato”, disse a delegada.
A delegada disse ainda que, segundo informações repassadas à polícia, os homens não estavam armados. “Não há a informação de que eles estariam armados, a princípio, nem arma de fogo eles portavam, possivelmente, apenas instrumentos para praticar esses arrombamentos”.
Para a polícia, estes imigrantes são alvos fáceis, já que a maioria não possui contas em agências bancárias e, por isso, guardam quantias de dinheiro em casa.
“Pelo que já foi apurado, e a gente está em contato com outras delegacias que fizeram investigações semelhantes, seria o fato de que muitos destes imigrantes não têm documentação, conta em banco e acabam levando somas em dinheiro e mercadorias para casa. Isso faria com que eles se tornassem alvos em potencial”, explicou a delegada.
O que foi levado
De acordo com a Polícia Militar, um dos apartamentos invadidos no prédio na Rua Prefeito Chagas, teve apenas a porta danificada, mas nada foi levado do local. Já em outro imóvel, no mesmo edifício, os suspeitos levaram joias, R$ 600 em dinheiro e aproximadamente 2 mil dólares. No terceiro prédio, localizado à Rua Assis Figueiredo, um morador de origem asiática foi feito refém e R$ 7 mil em dinheiro foram levados pelos criminosos.
A Polícia Civil ainda deve ouvir as vítimas para dar andamento às investigações dos crimes que, segundo a delegada do caso, podem ter relação com outros casos semelhantes cometidos em Minas Gerais.
"Nós estamos tentando fazer uma relação entre esses fatos e ligar com fatos semelhantes que não só aconteceram aqui no Sul de Minas, como também na região metropolitana de Belo Horizonte e também em outros estados para verificar se essa ação foi articulada por pessoas de fora da cidade, visando especificamente pessoas de origens estrangeiras", afirmou Maria Cecília.
Até a publicação desta reportagem, ninguém havia sido preso.
Foto: Reprodução EPTV
Compartilhar