Número de crimes envolvendo menores passa de 300 no Sul de MG
16.09.2016
Levantamento feito pela EPTV apurou dados de janeiro e setembro de 2016. Em Varginha, juiz defende educação no combate à criminalidade.Um levantamento feito pela EPTV Sul de Minas mostra que a região registrou pelo menos 320 crimes com envolvimento de crianças e adolescentes entre janeiro e setembro deste ano. Desses, 19 foram cometidos por meninos e meninas com até 14 anos de idade.
O caso mais recente de crime envolvendo menores foi registrado em Varginha (MG) na sexta-feira (9). Para defender a irmã em uma briga, um menino de 13 anos atirou em um adolescente de 16 com uma espingarda de pressão. A bala de chumbinho atravessou o coração e o pulmão da vítima, que teve a morte cerebral confirmada na manhã desta quarta-feira (14).
Em outra ocorrência, um menino de apenas 11 anos foi detido pela polícia tentando assaltar motoristas na BR-267, em Machado (MG). O caso aconteceu em agosto deste ano. A criança estava com uma adolescente de 16 anos e usava uma réplica de arma de fogo.
O que tem levado essas crianças para o caminho do crime divide opiniões. O auxiliar de serviços gerais, João Malaquias Ponciano, acha que falta punição. "Eu acho que, se ele [o menor] cometeu o crime, tem que pagar por isso", afirma.
Para a cuidadora de idosos, maior inclusão em programas sociais é a resposta para o problema. "Com a mente ocupada, eles poderiam não estar na criminalidade", opina.
Pesquisa
O último balanço sobre a participação de menores em infrações no Brasil foi divulgado pelo Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea) em setembro de 2015. Com base em denúncias feitas pelo Ministério Público em 2013, o instituto apontou que quase 10% dos crimes registrados no Brasil foram cometidos por menores de idade, dos quais 8% eram crimes contra a vida.
O estudo ainda defende, a partir de dados do Ministério da Saúde e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que políticas educacionais são mais efetivas no combate à criminalidade entre menores de idade.
Falta de espaço para ressocialização
O delegado regional da Polícia Civil, Roberto Alves Barbosa Júnior, acredita que a situação se torna ainda mais difícil de ser combatida sem que os menores apreendidos sejam encaminhados para espaços de ressocialização.
"Nós conseguimos apurar [os crimes]. A dificuldade é na questão do recolhimento. Não existem tantos locais para isso e, por não ficarem recolhidos, voltam a praticar delitos, o que dá a falsa sensação de impunidade", avalia.
Educação é caminho, segundo juiz
Defensor da educação como forma de combater a criminalidade entre menores, o juiz criminal Oilson Hoffmann Schimitt integra o Núcleo de Capacitação para a Paz, desenvolvido em Varginhacom filhos de detentos.
"Imaginemos essas crianças onde os pais encontram-se presos, muitas vezes os avós. Que futuro elas vão ter? Nós oferecemos reforço escolar, alimentação sadia, acompanhamento de psicóloga e, acima de tudo, união e amor", ensina Schimitt.
*Foto: G1 Sul de Minas.

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