Servidores municipais entram em greve em São Sebastião do Paraíso
30.06.2016
Grupo alega atraso no pagamento de salários e benefícios trabalhistas. Atendimento de urgência e emergência também deve parar na Santa Casa.Após o prefeito de São Sebastião do Paraíso (MG), Rêmolo Aloíse (PMDB), dizer que iria devolver a gestão da Santa Casa da cidade para o Estado, os servidores municipais entraram em greve alegando atraso no pagamento de salários e outros benefícios trabalhistas.
Além disso, a própria Santa Casa anunciou que vai parar nesta sexta-feira (1º) o setor de urgências e emergências.
Dezenas de servidores municipais se reuniram na porta da prefeitura. Em assembleia, eles decidiram pela greve, por unanimidade. Os servidores dizem que o motivo é o descumprimento de acordos feitos com o prefeito da cidade.
"Nós temos o atraso na folha de pagamento tanto dos ativos, quanto dos aposentados; horas-extras, porque faz mais de ano que não se paga hora-extra e força o servidor a continuar prestando serviços extras; nós temos a questão das rescisões contratuais, que também faz três anos que tem servidores que não receberam", diz Maria Rejane Araújo, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais.
Segundo os funcionários, a greve não tem data para terminar e apenas 30% dos servidores municipais de todos os setores estão trabalhando. Na Santa Casa, três semanas após a suspensão dos atendimentos eletivos pelo SUS, agora os serviços de urgência e emergência devem ser interrompidos.
"Nós recebemos uma carta dos médicos, que se reuniram e querem que eu dê a solução para o pagamento deles em 48 horas. [Eles] me entregaram também um documento, que [diz que] a partir de 1º de julho, eles não mais preencherão os formulários de autorização hospital, as AIHs. E com isso, se eles não preencherem, não tem como internar o paciente.
Quinta-feira, [eles] estarão me entregando uma carta assinada por todos os médicos que irão entregar os cargos de coordenadores", conta Maria Helena Andrade, diretora administrativa da Santa Casa.
Ainda segundo o hospital, a dívida do município ultrapassa R$ 11 milhões de reais e a situação pode piorar. "Nós recebemos uma carta dos médicos, que se reuniram e querem que eu dê a solução para o pagamento deles em 48 horas.
[Eles] me entregaram também um documento, que [diz que] a partir de 1º de julho, eles não mais preencherão os formulários de autorização hospital, as AIHs. E com isso, se eles não preencherem, não tem como internar o paciente.
Quinta-feira, [eles] estarão me entregando uma carta assinada por todos os médicos que irão entregar os cargos de coordenadores", Wandilson Bícego, assessor técnico da Santa Casa.
Em nota, o prefeito Rêmolo Aloíse disse que já apresentou defesa à Câmara de Vereadores em relação às supostas irregularidades dos repasses de verbas à Santa Casa e que vai provar que não tem dívida nenhuma com o hospital. A situação está sendo investigada por uma comissão processante instaurada pela câmara.
Os vereadores entraram com recurso para tentar derrubar a liminar do Tribunal de Justiça de Minas Gerais que manteve o prefeito no cargo. Ele havia sido afastado no dia 16 de junho por causa das investigações.
“Ficamos no aguardo, então. Obviamente que nós vamos pedir também para reconsiderar aquela liminar que foi pedida pelo prefeito”, afirmou Jerônimo Aparecido da Silveira (DEM), presidente da Câmara Municipal de São Sebastião do Paraíso.
Auditoria e comissão processante
Desde o ano passado, a pedido do Ministério Público de São Sebastião do Paraíso, uma auditoria vem sendo feita nas contas da prefeitura.
A promotora Manuela Ferreira, responsável pela requisição, explicou que o relatório preliminar dessa auditoria apontou que os repasses dos governos Estadual e Federal, que deveriam ser para uso exclusivo da Saúde, estão sendo depositados em uma conta que se refere ao Fundo de Participação do Município (FPM), o que seria ilegal.
Segundo a promotora, o valor total de repasses que a prefeitura recebe para a Saúde é de cerca de R$ 2,2 milhões por mês. Desse valor, uma média de aproximadamente R$ 1,8 milhão seriam destinados à Santa Casa.
Segundo o prefeito, o dinheiro é aplicado corretamente. Uma comissão processante foi criada na Câmara de Vereadores para apurar as supostas irregularidades.
*Foto: G1 Sul de Minas.

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