Projeto de lei quer transferir recursos de DME para hospitais em Poços, MG
15.06.2016
Texto foi encaminhado à Câmara e pede recursos de mais de R$ 4 milhões. Hospital da Santa Casa tem déficit de R$ 3,4 milhões e precisa sanar.Para ajudar a Santa Casa de Misericórdia de Poços de Caldas (MG), que possui um déficit de R$ 3,4 milhões, a prefeitura da cidade encaminhou, nesta terça-feira (14), um projeto de lei para a Câmara Municipal para transferir recursos do Departamento Municipal de Eletricidade (DME) para o hospital. O valor total é de R$ 4,225 milhões para a Santa Casa e para o Hospital Santa Lúcia.
Com a situação, 88 pacientes diagnosticados com câncer ainda não começaram o tratamento por falta de dinheiro. Segundo a superintendente da Santa Casa, Renata de Cássia Santos, não há o que fazer sem a verba. “Precisamos de R$ 147 mil somente para a oncologia e de imediato. Isso somado ao prejuízo de R$ 200 mil no setor de urgência e emergência, a Santa Casa parou”, explicou.
A sobrevida para a Unidade de Atendimento de Alta Complexidade (Uncacon) pode estar em um projeto de lei do Executivo, que pretende transferir dinheiro das empresas do grupo DME para o hospital. Seria um pagamento de R$ 1,835 milhão para regularizar os atendimentos na oncologia, além de repasses mensais de R$ 400 mil para a urgência e emergência da Santa Casa e do Hospital Santa Lúcia.
“Identificamos a necessidade de um repasse maior diante dessa situação emergencial e espetamos que seja aprovado para que a Santa Casa tenha a tranquilidade de continuar os atendimentos”, explicou o prefeito de Poços de Caldas, Eloísio do Carmo Lourenço.
Agora a liberação de recursos para socorrer a Santa Casa depende da aprovação do Legislativo. O projeto chegou à Câmara de Vereadores e ainda tem que ser analisado por três comissões.
A presidente da casa, Regina Cioffi, acredita que o assunto só deve ser votado no próximo mês.“Não vamos ter tempo hábil, porque é um projeto importante, relevante, mas tem que ser analisado com profundidade, tudo dentro da legalidade”, destacou.
No último mês, a Santa Casa já tinha ameaçado interromper as cirurgias oncológicas. Em caráter de urgência, o hospital pediu aumento do teto financeiro e o pagamento de procedimentos excedentes para que não houvesse a suspensão dos atendimentos.
A nota divulgada informava ainda que de janeiro de 2013 a março deste ano, a Santa Casa fez 1.051 cirurgias a mais que ainda não foram pagas pela Secretaria Estadual de Saúde, o que gerou um déficit de quase R$ 3,5 milhões.
E quem precisa de tratamento, como a dona de casa Lázara de Lima Polette, que há 2 anos passou por uma cirurgia para tumores na mama e na axila e agora continua fazendo o tratamento na Santa Casa de Poços de Caldas, a aprovação do projeto de lei é crucial.
“Você depende de esperar para fazer o pedido de um exame e as atendentes vão mudando, desmarcando e a gente fica preocupada, né. Porque essa doença é difícil.
A gente está torcendo para dar tudo certo, para que a Santa Casa receba, a Unacon, porque se olhar pra trás, tem gente mais necessitada ainda”, comentou.
Já para a superintendente do hospital, caso o dinheiro seja recebido, será um alivio. “De imediato vamos quitar os prestadores, não apenas os médicos, mas os laboratórios, prestadores da oncologia, todo mundo”, finalizou Renata.
*Foto: G1 Sul de Minas.
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