Confecções absorvem mão de obra rural e faturam em Nova Resende
04.09.2015
Cafeicultores deixam colheita do café em 2º plano e produzem lingerie.Nova Resende (MG), cidade com pouco mais de 15 mil habitantes, encontrou na produção de lingerie um novo nicho de mercado. Até então baseada na produção de cafés de qualidade, a economia do município tem se diversificado e sendo tomada pouco a pouco pelas confecções que não param de aumentar na cidade.
O município, que está há 482 km da capital Belo Horizonte e distante 366 km de São Paulo, tem relevo montanhoso (altura média de 1.100 metros e índice pluviométrico de 1.600 mm), condições que favorecem o plantio e cultivo do café. Com média de produção de 400 mil sacas por safra em uma área de 13,1 mil hectares, o município concentra cerca de 3,5 mil produtores, sendo que praticamente 90% sobrevivem da agricultura familiar.
Mas as mãos de quem há alguns anos sofria com os calos adquiridos pela trabalho duro na colheita do café, hoje lidam com peças delicadas e que nem de longe lembram as vestimentas utilizadas na lavoura. É que a confecção de lingerie e moda íntima no município de Nova Resende (MG) está em plena ascensão e já assegura clientes em vários cantos do Brasil.
Nova Resende fica a apenas 30 quilômetros de Juruaia (MG), cidade que já é conhecida por ser polo na produção de lingerie. No entanto, segundo a associação comercial local, a vocação do município para esse tipo de produção não tem relação com a proximidade da cidade vizinha.
“Aqui em Nova Resende, a produção de lingerie começou há uns 20 anos e partiu do interesse das próprias mulheres aqui da cidade que viram na atividade uma nova chance de expandir a renda familiar”, explica a presidente da Associação dos Produtores de Lingerie de Nova Resente (Aprolin), Marlene da Silva Miguel Emídio.
Além das mulheres, quem também se arrisca com as máquinas de costura são os próprios produtores rurais, que encontraram na produção das peças uma nova fonte de renda com o fim da colheita do café, que acontece de maio a setembro. Um exemplo é o empresário Fabrício Aurélio Avelar, que desde 2008 gerencia ao lado do primo uma empresa que confecciona bojos e que emprega 170 funcionários.
“Em 2008, eu vi na produção de bojos uma nova oportunidade de mercado, foi então que optei por deixar a lavoura em segundo plano e passei a me dedicar ao novo ramo. Hoje, só tenho a comemorar, pois foi uma escolha certa. Nossos produtos são vendidos para todos os cantos do país e a estimativa é que, por mês, a nossa produção gira em torno de 1,5 milhão de pares de bojos”, conta o empresário.
Segundo informações da Aprolin, depois do café, o setor é o que mais emprega no município. A atividade gera pouco mais de 1000 empregos diretos e indiretos na cidade, que segundo último senso feito pelo IBGE (2013), apontou 15.374 habitantes.
“A produção de lingerie movimenta o comércio e as possibilidades de renda o ano todo. Apenas em 2014, ao longo do ano, as confecções geraram uma movimentação de aproximadamente R$ 5 milhões e a nossa expectativa é superar os anos anteriores e conquistar novos clientes ", diz a presidente da Aprolin.
Atualmente estão em funcionamento 50 confecções especializadas em conjuntos de calcinha e sutiã, peças avulsas e fitness, camisolas, biquínis, além da linha masculina (cuecas e pijamas) e bojos.
* (Foto: Arquivo pessoal/ Fabrício Aurélio Avelar)

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