Ministério Público entra com ação contra vereadores de Guaxupé por 'farra' em diárias
21.08.2015
Promotoria entende ser irregular lei para aumentar diárias de 15 para 100. Mudanças em lei fizeram gastos chegar a R$ 160 mil em 1 ano e meio.O Ministério Público entrou com ação contra 12 dos 13 vereadores de Guaxupé (MG) por mau uso do dinheiro público. A promotoria entendeu ser irregular a lei aprovada por eles para aumentar as diárias de 15 para 100 por ano para cada parlamentar. A ação civil pública foi apresentada para a Justiça nesta semana pelo promotor Cláudio Marins.
O Ministério Público questiona mudanças na lei municipal que beneficiaram os gastos. Em 1 ano e meio, eles chegam a R$ 160 mil. O principal questionamento é na mudança das diárias. Até agosto de 2013, eram 15 por ano para cada vereador. A partir daí, elas ficaram ilimitadas.
"São violações de diversos princípios que norteiam a administração pública e em especial os princípios da impessoalidade, a reazoabilidade, da publicidade e da própria legalidade também", disse o promotor de justiça Cláudio Luiz Gonçalves Marins.
O MP questiona ainda o custo de deslocamento. Até janeiro de 2014, eles recebiam R$ 350 para viagens para qualquer capital do país e R$ 400 quando iam para Brasília (DF). Ao mexer na lei, os vereadores tiraram a palavra "federal" do texto. Assim, para qualquer capital do país, os parlamentares passaram a receber R$ 400.
Os vereadores que foram citados na ação apresentaram ao MP certificados e folders dos cursos que teriam feito, o que também acabou sendo questionado pelo promotor. Para ele, o conteúdo e o tema dos eventos não era útil aos parlamentares e nem à população: são aulas de fiscalização de ar condicionado, vasilhames e computadores. Os vereadores teriam até aprendido a limpar móveis e banheiros.
"Evidentemente que esse acréscimo no número de diárias e no valor que se passou a perceber para essas viagens, ela acaba saindo do erário público", completou o promotor.
Os vereadores citados na denúncia disseram que só vão falar depois de notificados pela Justiça.
*Foto: Reprodução EPTV
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