Fórum de Desenvolvimento da Cafeicultura estabelece novos caminhos para o setor
23.04.2015
Líderes do agronegócio, pesquisadores, autoridades, produtores e estudantes se reuniram nesta quarta-feira (22), em Muzambinho. Reivindicações foram entregue às autoridades.A cidade de Muzambinho (MG) recebeu nesta quarta-feira (22) o 1º Fórum de Desenvolvimento da Cafeicultura, evento organizado por diversas instituições de atuação no setor.
No encontro foram debatidos vários temas de relevância para o setor. Fabrício Teixeira Andrade – Coordenador de Pesquisa da CIM – Centro de Inteligência em Mercados da Universidade Federal de Lavras – falou sobre “Custo de Produção de Café nas regiões brasileiras”. “As perspectivas para a cafeicultura brasileira são excelentes, porque o consumo mundial cresce de maneira significativa e consistente ao longo do tempo, isso gera uma força, uma saúde muito grande para o nosso negócio, só que pra gente passar por esses bons momentos de maneira sustentável, a longo prazo, nós precisamos resolver alguns problemas, alguns imediatos e outros estruturais, como o custo de produção da cafeicultura de montanha de grande importância para economia e para o bem estar social, principalmente para os pequenos municípios do Brasil”, disse o pesquisador.
Ainda de acordo com Andrade, a agricultura familiar precisa dessa atividade, mas o custo de produção está em torno R$ 499 por saca, e isso deve ser mudado. Outro ponto destacado é o seguro agrícola, para que o produtor tenha mais segurança em eventuais problemas que fogem do controle, como chuvas de granizo, geadas e estiagem.
Em outra discussão, Luiz Carlos Baldicero Molion - (PHd em meteorologia pela Universidade de Wisconsin (EUA) e pós-doutor em hidrologia de florestas pelo Instituto de Hidrologia em Wallingford, Inglaterra) – debateu com os presentes o “Clima e efeito na cafeicultura”, alertando sobre as perspectivas de aumento das chuvas no sudeste mineiro, o impacto dos gases na camada de ozônio e como o produtor pode e deve se informar mais sobre o tema.
Por fim, outro ponto de grande destaque foi o tema “Marketing do Café” ministrado por Paulo Henrique Leme. “O marketing do café é um problema crônico da cafeicultura, porque o café tem uma importância econômica e social muito grande, mas ao mesmo tempo a gente não tem um investimento em marketing que corresponda a essa importância que ele te, e quem se apropria disso são os vendedores internacionais e a indústria, se apropriam de uma marca, por exemplo, o café de Minas Gerais”, ressalta.
Para Leme, é necessário ter uma estrutura para controlar essa situação, partindo tanto do próprio produtor, mas também do Governo, prefeituras, associações de classes, cooperativas e entidades para incentivar o turismo. “O marketing tem uma peculiaridade, principalmente, no agronegócio, porque a gente sabe que o nosso produtor é extremamente competente para produzir café, mas ele não tem a capacidade e a experiência para fazer marketing, (...) é preciso trabalhar o marketing, (...) eu não posso me conformar com o fato de você ter uma marca tão importante como o café de minas é não utilizar isso pra ganhar dinheiro”, completou.
Segundo Fernando Barbosa – organizador do evento - o objetivo do 1º Fórum de Desenvolvimento do Café é criar um projeto duradouro e de sucesso para a cafeicultura no Brasil, sendo o principal foco o marketing do café, que exige um trabalho que começa na gestão da propriedade e vai até ao consumidor final.
Já Arnaldo Bottrel Reis, que também é da organização do evento, salientou a necessidade de levar ao produtor as informações corretas e reais sobre o custo de produção, a deficiência de marketing e as dificuldades dos produtores no que se refere à garantia do plantio. Na sua visão, as dificuldades de um produtor são numerosas ao passo que o acesso à informação ainda é limitado.
Ao final do encontro, foi entregue às autoridades políticas um documento com as reivindicações para o setor, sendo as principais:
- A regulamentação do setor da cafeeicultura;
- O investimento no marketing do café brasileiro no exterior;
- Aproximação da pesquisa de extensão rural do setor cafeeiro para a transferência de tecnologias ao homem do campo;
- E o estabelecimento de um preço mínimo para o café.
O documento criado será avaliado e avalizado pela CNA – Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária que representa os sindicatos, e pelo CNC – Conselho Nacional do Café que representa as cooperativas. As reivindicações serão levadas aos pleitos governamentais.
O evento aconteceu no IF-Câmpus Muzambinho e recebeu várias autoridades locais, políticos, lideranças do agronegócio, pesquisadores, produtores e estudantes.

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