Condições climáticas desfavoráveis deixam cafeicultores pessimistas para safra 2022, aponta Emater-MG

13.01.2022

Apesar de 2022 ser um ano de bienalidade positiva na cultura do café, expectativas não são boas.

Cafeicultores do Sul de Minas estão pessimistas para a safra 2022. É o que aponta um levantamento feito pela Emater-MG. Apesar de 2022 ser um ano de bienalidade positiva na cultura do café, o que significa que as plantas terão maior potencial produtivo, as expectativas não são boas.

Conforme a Emater-MG, para esse cenário, pesaram as condições climáticas adversas enfrentadas no ano passado, com períodos prolongados de seca e muito calor na época das floradas. E isso com cafezais já prejudicados pelas geadas ocorridas no último inverno.

O gerente regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) em Guaxupé, Willem de Araújo, explica que as esperanças de uma boa safra neste ano foram contrariadas ainda em dezembro.

“Infelizmente, houve um baixo vingamento dos frutos e se restringiu em algumas regiões a uma única florada. Isso foi devido a algumas questões climáticas que enfrentamos aqui no Sul de Minas, como a geada, em julho e agosto, e o longo período de estiagem, que em alguns municípios foi superior a 100 dias. Embora o cafeeiro precise de um pouco de estresse hídrico, no último ano esse fenômeno foi muito acima do esperado, o que acarretou esse baixo pegamento”.

Willem Araújo informou ainda que os ramos e as rosetas, onde são inseridos os grãos, estão com metade do que seria esperado para esse período do ano, o que terá impacto negativo no volume da próxima safra. “Possivelmente, a colheita ficará no máximo no mesmo nível de 2021, que era um ano de baixa produção, de acordo com a característica bianual dos cafeeiros”, lamentou.

O gerente da Emater-MG aponta ainda, além do clima, outro fator de preocupação quanto ao desempenho da cafeicultura no Estado de Minas, em 2022. “Os produtores de café também enfrentaram outro problema, em novembro e dezembro, que foi a escassez de fertilizantes. Muitos começaram a realizar a primeira adubação do ciclo no final de dezembro, e o café necessita no mínimo três a quatro adubações, durante o período de formação dos frutos até a colheita”, relata.

Queda na produção

De acordo com o quarto e último levantamento de estimativa de safra de 2021, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em dezembro, o volume total de café (arábica e conilon) produzido no país foi de 47,716 milhões de sacas do produto beneficiado. Este resultado foi 24,4% menor do que o obtido no ano de 2020.

Em Minas Gerais,a produção ficou em 22,142 milhões de sacas de café beneficiado, com queda de 36,1% em relação ao volume obtido em 2020 e 9,8% abaixo do total colhido em 2019 (última safra de bienalidade negativa). Desse total, cerca de 11,751 milhões de sacas foram colhidas nas regiões Sul e Centro-Oeste do Estado, onde as condições climáticas durante o último ciclo da lavoura foram especialmente desfavoráveis, com escassez de chuvas e ocorrência de geadas. Tanto que o resultado ficou abaixo da média estadual, com queda de 38,6% em relação ao total produzido em 2020.

Foto: Ilustrativa

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Fonte - Reprodução g1 Sul de Minas

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